José Fernando Ogura/AEN

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba registrou nesta quarta-feira (28/7) mais três casos de covid-19 causados pela variante Delta do novo coronavírus no município. Com estes, já são quatro os casos da Delta confirmados na capital paranaense.

Todas as amostras foram analisadas inicialmente pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen-PR), por meio de um protocolo molecular de pesquisa para mutações que demonstrou características sugestivas da nova variante indiana. Depois, as amostras foram enviadas para a Fiocruz, no Rio de Janeiro, onde foi realizado o sequenciamento genético e a confirmação.

O primeiro caso, divulgado no dia 19 de julho, foi de uma gestante, de 24 anos, que passa bem. Ela não tinha histórico de viagem, mas teve contato com quem viajou no país, e, posteriormente, testou positivo para covid-19.

Entre os três novos casos confirmados nesta quarta-feira (28/7) está o de uma mulher de 44 anos, que foi hospitalizada, recebeu alta e passa bem. Os outros dois casos são de uma mulher de 38 anos e um homem de 83 anos. Ambos tinham histórico de comorbidades e foram a óbito.

Os três novos casos não tinham histórico de viagem recentes, mas seus contatos estão sendo analisados. Em relação à vacina, apenas o homem de 83 anos tinha uma dose do imunizante realizada. Os demais não haviam sido vacinados.

Mais transmissível
De acordo com a médica infectologista da SMS, Marion Burger, a Vigilância Epidemiológica do município realizará uma avaliação mais aprofundada em relação aos contatos dos pacientes, para levantar dados sobre a cadeia de transmissão. “Precisamos averiguar o contexto epidemiológico”, explica.

Segundo Marion, a variante Delta é mais transmissível que as demais, mas ainda não há estudos que apontem se é mais letal. A análise para variante Delta é realizada pelo Governo do Paraná, por meio do Lacen-PR, e posteriormente enviada à Fiocruz, sendo restrita a uma amostra selecionada de casos positivos de covid-19, dentro de um público específico, formado apenas por pessoas que foram a óbitos, gestantes e internados com casos graves.

“Devido a isso, como as amostras são selecionadas dentro deste público restrito, dá a impressão que os casos de Delta confirmados são mais graves. Mas estas amostras selecionadas só estão analisando a ponta do iceberg, pois são coletadas dentro de uma pequena parte deste grupo restrito”, explica Marion.

Segundo ela, por ser mais transmissível, porém, acaba afetando mais pessoas. “O que aumenta a chance de acometer pessoas suscetíveis a complicações. Por isso, os cuidados precisam permanecer”, diz.

De acordo com as autoridades de saúde, independentemente de haver casos de covid-19 por diferentes variantes do novo coronavírus, as medidas de prevenção e métodos de diagnóstico e tratamento da covid-19 seguem os mesmos. Sendo assim, não há alteração nas medidas sanitárias já adotadas, como uso de máscaras e álcool em gel, lavagem das mãos e distanciamento social.