Curitiba registrou no primeiro semestre deste ano o menor índice de homicídios de sua história. Segundo o Relatório de Crimes Relativos à Morte, divulgado ontem pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp), nos seis primeiros meses do ano foram registrados 159 óbitos decorrentes de ações criminosas na Capital, o menor número da série histórica iniciada em 2007.

A maior parte das ocorrências (152 casos, ou 95,6% do total) são referentes a homicídio doloso, crime previsto no artigo 121 do Código Penal (CP) e passível de punição com reclusão de 6 a 20 anos (a pena, contudo, pode aumentar se houver agravantes, como ocorre com o feminicídio). Cnco ocorrências foram de latrocínio (roubo seguido de morte, previsto no artigo 157 do CP e com pena de 20 a 30 anos de prisão e multa) e outras duas de lesão corporal que resultou em morte (quando o criminoso quer machucar a vítima, mas acaba a matando sem querer. A pena varia de 4 a 12 anos de reclusão).

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o município registrou queda de 16,32% no número de homicídios no primeiro semestre – em 2017, haviam sido 190 ocorrências nos seis primeiros meses do ano. Assim pela primeira vez Curiitba também registra uma média abaixo de uma morte por dia – mais precisamente, 0,88 ocorrências diárias.

Um dado que chama a atenção, contudo, é que sete dos 76 bairros da cidade concentram mais da metade dos crimes que resultaram em morte (54,6%, mais precisamente). São eles: Cidade Industrial (29 homicídios), Tatuquara (13), Sítio Cercado (12), Centro (8), Prado Velho, Boqueirão e Pinheirinho (7 cada). Desses, o Sítio Cercado, o Centro, o Prado Velho e o Boqueirão registram aumento no número de registros.

Por outro lado, 36 dos 76 bairros curitibanos (47,4% do total) não registram nenhuma ocorrência de homicídio. Foram eles: Abranches, Ahú, Alto da Glória, Alto da Rua XV, Augusta, Bacacheri, Batel, Bom Retiro, Cabral, Cachoeira, Campina do Siqueira, Cascatinha, Centro Cívico, Cristo Rei, Fanny, Hauer, Hugo Lange, Jardim Botânico, Jardim das Américas, Jardim Social, Lamenha Pequena, Lindóia, Mercês, Orleans, Rebouças, Santo Inácio, São João, São Lourenço, São Miguel, Seminário, Taboão, Tarumã, Tingui, Umbará, Vila Izabel e Vista Alegre.

Homicídios também atingem menor nível no Paraná
Não foi só a Capital que registrou uma importante redução no número de homicídios dolosos no primeiro semestre deste ano. No Paraná, a queda foi de 10% em relação ao mesmo período do ano passado, com 1.016 ocorrências de janeiro a junho contra 1.123 em 2017. O número é o menor já registrado desde 2007, quando iniciou o levantamento. Ademais, em 193 dos 399 municípios do Paraná – quase metade das cidades do Estado – não foi registrado nenhum homicídio doloso nos primeiros seis meses do ano. 

A 18ª AISP de Apucarana foi a que apresentou a maior queda no índice de homicídios, 54,17%. O número de ocorrências nos 26 municípios que abrangem esta regional baixou de 24 casos registrados em 2017, para 11 em 2018. Já a 11ªÁrea Integrada de Segurança Pública, que compreende Cascavel e outros vinte e um municípios da região, apresentou redução de 42% (passou de 64 ocorrências na primeira metade de 2017 para 37 no mesmo período deste ano). 

2018
Homicídio doloso: 152
Latrocínio (roubo com resultado morte): 5
Lesão corpotal com resultado morte: 2
Total de vítimas: 159

2017
Homicídio doloso: 177
Latrocínio (roubo com resultado morte): 7
Lesão corpotal com resultado morte: 6
Total de vítimas: 190

Evolução dos Homicídios na Capital

2018: 159
2017: 190
2016: 255
2015: 235
2014: 323
2013: 284
2012: 346
2011: 378

2010: 404
2009: 299
2008: 291
2007: 283

Bairros com mais ocorrências em 2018
Cidade Industrial: 29
Tatuquara: 13
Sítio Cercado: 12
Centro: 8
Prado Velho, Boqueirão e Pinheirinho: 7 cada