Fernando Frazão/Agência Brasil

O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, procurador da República Deltan Dallagnol, teria montado um plano de negócios para lucrar com eventos e palestras na esteira da fama e dos contatos conseguidos durante a operação. E é isso que aponta nova matéria do The Intercept segundo mensagens recebidas pelo portal e analisadas em conjunto com a equipe da Folha de S.Paulo.

“Em um chat sobre o tema criado no fim de 2018, Dallagnol e um colega da Lava Jato discutiram a constituição de uma empresa na qual eles não apareceriam formalmente como sócios, para evitar questionamentos legais e críticas. A ideia era usar familiares”, diz a matéria do Intercept.

“Os procuradores também cogitaram a criação de um instituto sem fins lucrativos para pagar altos cachês a eles mesmos, além de uma parceria com uma firma organizadora de formaturas para alavancar os ganhos do projeto”, continua.

Estou a favor de maior autonomia, mas não me encham o saco, pra usar sua expressão, a respeito de como uso meu tempo. To me ferrando de trabalhar e ta parecendo a fábula do velho, do menino e do burro. Uns acham que devo atender menos a SECOM, outros que é importante. Uns acham que devo acompanhar cada um, outros acham que os grupos devem ter mais liberdade. E chega de reclamar dos meus cursos ou viagens. Evito dormir nos voos pra render. To até agora resolvendo e-mails etc”, teria desabafado Dallagnol, segundo as mensagens recebidas.

Em 2017, Deltan disse em reportagens que doa quase tudo o que recebe com as palestras, e que o trabalho visa um serviço de cidadania contra a corrupção.

Leia a matéria completa no The Intercept