Maçã, alface, escarola, salsinha e, durante os próximos meses de inverno, morango e poncã, não podem faltar na sacola da dona de casa Eliane Ragonha, 43 anos. Toda sexta-feira, ela chega cedo ao Varejão Popular do Capão Raso para escolher os hortifrutigranjeiros que desembarcam diretamente do sítio da família Klemba, de Araucária. “Aqui eu tenho certeza que tudo é fresco e com qualidade”, justifica a dona de casa, durante a compra no varejão da Prefeitura.

Assim como Eliane, moradores do Portão, Pinheirinho, Fazendinha, Xaxim e Lindoia, além, é claro, do Capão Raso, sabem que sextas e sábados são os dias que o Varejão Popular recebe os produtores familiares da Grande Curitiba. “Temos fregueses que compram com a gente há muitos anos. É bom plantar e ver o que colhemos sendo levado para a casa deles”, conta Marise Klemba, que acorda por volta das 4 horas da manhã, para deixar o distrito de Rio Verde de Cima, na área rural de Araucária, e estar antes das 8 horas no Varejão Popular.

As frutas e verduras plantadas pela família Strugala na Colônia Cristina, na divisa de Araucária com Campo Largo, também são comercializadas no varejão. Como os Klemba, os produtores familiares  da Colônia Cristina oferecem em sua banca alimentos in-natura, como batata, batata-doce, alho-poró, cebola, brócolis, salsinha, beterraba, cheiro-verde e repolho.

Leocádia Strugala comanda a banca e garante que, por conta da fidelidade dos clientes, vale a pena todo o esforço para vir da Região Metropolitana para a capital. “Nossos fregueses sabem que tudo é fresquinho. De segunda a quarta-feira, estamos na roça plantando. Quinta é dia de colher e limpar”, recorda a agricultura.

Cliente da banca dos Strugala há cinco anos, a dona de casa Inês Pereira, 61 anos, confirma que a qualidade dos alimentos vendidos pelos agricultores da Grande Curitiba é um grande diferencial do Varejão Popular. “Apesar de ter dois supermercados perto de casa, eu prefiro vir aqui e comprar as frutas e verduras plantadas por esses agricultores, pois realmente sei de onde vem e o preço é honesto”, justifica ela, que na última sexta-feira (8/6) levou para casa uma sacola cheia de alface, milho, couve e batata-doce cultivados em Araucária.

Outras opções

Localizado dentro do Shopping Popular, no Novo Mundo, o Varejão Popular do Capão Raso recebe, diariamente, cerca de sete mil pessoas. Além das três bancas de produtores familiares, que funcionam apenas às sextas e aos sábados, o espaço da Prefeitura conta com outros comerciantes de frutas, verduras, legumes, cereais, mel, conservas, especiarias, bebidas e flores. Todos trabalham de segunda-feira a sábado (o shopping é fechado aos domingos) e muitos também têm a preocupação de oferecer produtos parananenses. 

Proprietária de uma banca de hortifrutigranjeiros, Terezinha Floresti está no Varejão desde a abertura, há 25 anos. Apesar de boa parte das frutas e verduras vir diariamente da Ceasa, ela faz questão de ter alimentos processados de produtores da Grande Curitiba e Litoral. “As conservas, por exemplo, são de Almirante Tamandaré e São José dos Pinhais. O melado é de Morretes e a pimenta dedo de moça vem diretamente de Pontal do Paraná”, enumera a comerciante.

Com a chegada do frio, os rótulos de cerveja perdem o posto de mais vendidos no empório de bebidas de Annete Broch, 54 anos. “No verão, as cervejas são mais procuras pelos clientes, mas agora há uma venda maior de marcas de quentão e vinho”, revela a comerciante. Entre as opções de cachaça, que também têm aumento de vendas no inverno, não poderiam faltar as destiladas no Paraná, como a premiada orgânica Porto Morretes, além das marcas Companheira, de Jandaia do Sul. e Bassi, de Santa Mariana. O empório ainda oferece uma ampla carta de uísques e outras bebidas.

Desde dezembro passado com sua banca de especiarias no Varejão Popular, Jaqueline Ruani  tem como carro-chefe a variedade de alho oferecida. “Dá para fazer sopa ou assar como entrada, principalmente o alho cavalo (branco), ou incrementar o sabor de um prato durante o preparo, com o roxo”, observa ela.

Além disso, Jaqueline oferece uma linha de sal gourmet e fumaça líquida para aromatizar pinhão e hambúrguer, ambos da marca Gonzalo, de Colombo. “São produtos diferenciados para o preparo, principalmente, de churrasco”, explica Jaqueline.

Integração

Quem vai ao Varejão Popular também pode conhecer as 112 lojas do Shopping Popular, os produtos do Armazém da Família e usufruir da integração com o Terminal do Capão Raso. “A pessoa pode sair do terminal, validar o cartão-transporte ou pegar uma ficha, fazer compras por duas horas e depois voltar para o terminal sem pagar outro bilhete”, explica Carlos Koneski, diretor da Unidade de Abastecimento da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Smab), responsável pelo Varejão Popular da Prefeitura.

 

 

Serviço: Varejão Capão Raso

Endereço: Avenida República Argentina, 5.259, anexo ao Shopping Popular, no Novo Mundo

Horário: de segunda-feira a sábado, das 9h às 19h. Fechado aos domingos

Estacionamento: R$ 3 por hora, com 134 vagas