AEN

A escrivã da Polícia Civil do Paraná (PCPR) Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, e a filha dela Ana Carolina de Souza, 16 anos, foram mortas a tiros pelo delegado Erick Busetti. Ele era o marido dela e padastro da adolescente. Elas teriam morrido abraçadas em um dos quartos do sobrado em que moravam. O crime aconteceu na noite desta quarta-feira, 4, no bairro do Atuba. 

O crime ocorreu nesta madrugada, na residência das vítimas, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. Ele foi autuado em flagrante e permanece preso. A filha do casal, de nove anos, estava dormindo. Depois do crime, o suspeito levou a filha para a casa de um vizinho e, segundo as informações dos policiais, ele mesmo ligou para a polícia e, assim que os policias chegaram a casa, entregou a arma. 

O caso aconteceu por volta das 23h30. Quando o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) chegou ao local, as vítimas já estavam mortas. Os disparos teriam sido deflagrados durante uma discussão. 

No início da manhã desta quinta-feira (5), de acordo com a Polícia Civil, ele estava sendo ouvido. Busetti foi preso em flagrante. Busetti estava lotado na Delegacia da Criança e do Adolescente.

Redes sociais

Nesta manhã, a diretoria do Colégio Passionista Nossa Senhora Menina fez uma postagem na página da rede social da instituição, comunicando a morte de Ana Carolina Souza Holz e da mãe, Maritza Guimarães de Souza. 

Sidipol

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná (Sidepol) divulgaram uma nota nesta manhã de quinta-feira, 5, na qual afirma que ‘repudia veementemente qualquer ato de violência doméstica e familiar contra a mulher, seja lá quem for o agressor. O Brasil ostenta índices alarmantes de feminicídio, e a Polícia Civil possui a firme intenção de apurar todas as infrações penais e possibilitar a punição dos criminosos.’

Reitera, ainda em nota, que ‘acerca do lamentável caso, em apuração, envolvendo a morte de uma escrivã de polícia e sua filha por um delegado em Curitiba, trata-se de fato isolado, conduta que, evidentemente não possui apoio da classe dos Delegados de Polícia do Paraná.’

Abaixo leia a nota do Sidipol na íntegra

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná vem a público se manifestar nos seguintes termos. A classe dos Delegados de Polícia do Paraná repudia veementemente qualquer ato de violência doméstica e familiar contra a mulher, seja lá quem for o agressor. O Brasil ostenta índices alarmantes de feminicídio, e a Polícia Civil possui a firme intenção de apurar todas essas infrações penais e possibilitar a punição dos criminosos. Acerca do lamentável caso, em apuração, envolvendo a morte de uma escrivã de polícia e sua filha por um delegado de polícia em Curitiba, trata-se de fato isolado, conduta que, evidentemente não possui apoio da classe dos Delegados de Polícia do Paraná. Ao ensejo, o SIDEPOL manifesta preocupação com o amparo dos familiares atingidos com esse ato bárbaro. De outro lado, não se pode negar respeito ao princípio da presunção de inocência e ao direito à integridade moral do suspeito, que merece ser investigado com rigor e cumprir a sanção penal eventualmente imposta ao final do devido processo legal, sem excesso justiceiro pelo único fato de ser delegado de polícia. Por fim, esta entidade de classe declara sua preocupação com a saúde mental de todos os policiais civis do Paraná, submetidos a pressão insuportável no exercício do dever. A epidemia de doenças de ordem mental, que não constitui salvo conduto para a prática de crimes, deve ser devidamente combatida por meio da completa assistência psicológica e psiquiátrica a todos os policiais que dela necessitem.

Curitiba/PR, 05 de março de 2020

original assinado Antônio Simião Presidente do SIDEPO