Com o objetivo de encontrar formas mais acessíveis de desenvolver próteses faciais, o dentista Rodrigo Salazar Gamarra, especialista em reabilitação bucomaxilofacial e mestre em Odontologia pela Universidade Paulista (UNIP), utilizou a câmera de um smartphone comum e o aplicativo Recap 360, da Autodesk (www.autodesk.com.br), para criar uma técnica mundialmente nova para a reconstrução protética da face utilizando protótipos impressos em três dimensões.

O ineditismo do trabalho está na técnica. Munido apenas de um smartphone, o dentista utiliza a câmera simples do aparelho para tirar uma série de fotos protocolizadas de um paciente com deformidade facial a fim de captar a sua anatomia. O rosto é então digitalizado em 3D a partir do software online Recap 360 e, em seguida, o arquivo é enviado ao 3D designer Cícero Moraes, conhecido especialista em reconstrução facial forense e expert em modelagem de próteses humanas e veterinárias. Uma das técnicas de modelagem 3D adotadas consiste em utilizar uma imagem espelhada do lado saudável da face ou de regiões únicas como a do nariz ou dos lábios do paciente ou de um doador digital.

Esta primeira etapa resulta em uma prótese digital em alta resolução, então enviada de volta ao Dr. Gamarra e impressa em 3D. É possível transformar o protótipo impresso nos materiais precisos para terminar a prótese facial sob medida, em silicone e com acabamento próximo à natureza da pele humana.

Um dos pacientes submetido à técnica vive em São Paulo, tem mais de 70 anos e perdeu a órbita direita em virtude de um câncer na face. A equipe realizou o processo e, em menos de 20 horas, ele recebeu a prótese de silicone no rosto e pode sair na rua sem precisar usar óculos escuros para esconder o rosto.

Existem muitos pacientes com mutilações faciais em decorrência de acidentes e doenças como o câncer. Nem todos podem custear um tratamento convencional. Softwares como o 123D Catch, Recap 360, ambos da Autodesk, além do Blender 3D e equipamentos de baixo custo podem viabilizar o acesso ao tratamento e possibilitar que centros clínicos, que ainda não têm tecnologia de ponta, passem a oferecer uma alternativa de qualidade e em conta, afirma Salazar Gamarra.

A pesquisa foi iniciada em dezembro de 2014, como dissertação do Mestrado em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP, em São Paulo. Em vista dos resultados positivos, o dentista se prepara para avançar a pesquisa, agora em um doutorado. O projeto está sendo orientado pelo Prof. Doutor Luciano Dib, da UNIP, com contribuições da especialista em próteses espaciais Rose Mary Seelaus, da Universidade de Illinois, em Chicago, conta com a participação e auxílio técnico do 3D designer Cícero Moraes e ainda, em parceria com a Divisão de Tecnologia Tridimensionais do Centro Tecnológico da Informação Renato Archer (DT3D/CTI), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Governo Federal, com apoio do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP), da Fundação Capes.

Sobre a Pós-Graduação Stricto Sensu da UNIP
Os programas de pós-graduação stricto sensu da Universidade Paulista – UNIP oferecem Mestrado em Administração, Comunicação, Engenharia de Produção, Odontologia e Patologia Ambiental e Experimental e Doutorado em Comunicação, Engenharia de Produção, Odontologia e Patologia Ambiental e Experimental. Os programas de Mestrado e Doutorado são oferecidos no campus Indianópolis, em São Paulo. Mais informações em www.posunip.com.br.