O ex-governador Beto Richa (PSDB) alegou ontem, em sabatina à Gazeta do Povo, ser vítima de uma onda de “denuncismo” contra políticos, ao rebater as acusações do delator da operação Quadro Negro, Eduardo Lopes de Souza, dono da construtora Valor, sobre desvio de recursos de construção de escolas para caixa 2 de campanha. Ele também comentou o episódio da gravação envolvendo seu ex-chefe de gabinete, Deonilson Roldo, em uma conversa com um empreiteira do grupo Bertin, envolvendo o suposto favorecimento à Odebretch, na licitação das obras na rodovia PR-323. “É denuncismo em todo o Brasil e eu acabo sendo vítima disso. Estão querendo colocar todos os políticos em uma vala comum”, alegou. 

Criminoso
No caso da “Quadro Negro”, Richa reafirmou que foi ele o responsável pela investigação, e acusou o dono da Valor de ser um “criminoso” confesso, portanto, sem credibilidade para fazer acusações contra ele. O ex-governador alegou ainda ter sido “traído” pelo ex-diretor-geral da Secretaria de Estado da Educação, Maurício Fanini, apontado pelo delator como o destinatário do dinheiro desviado das obras em escolas. “Ele traiu a minha confiança. Eu nunca tinha ouvido nada que desabonasse a sua conduta”, argumentou. 

Desafio
Sobre a gravação envolvendo Denilson Roldo, Richa afirmou ter pedido explicações ao seu ex-chefe de gabinete.  “Ele pediu um tempo para me explicar aquela conversa, as circunstâncias, porque houve. (…) Evidente que não gostei da gravação que ouvi”, disse. O ex-governador argumentou ainda que o contrato com a Odebrecht foi suspenso por sua determinação. O ex-governador reafirmou que pretende disputar o Senado, e sinalizou que o senador e provável candidato à reeleição, Roberto Requião (PMDB), será seu principal adversário.”Quero enfrentar você Requião em um debate olho no olho”, disse.

Pessoal
A Câmara Municipal de Curitiba registrou despesas de R$ 36,6 milhões nos primeiros quatro meses de 2018, segundo prestação de contas apresentada ontem. O maior gasto foi com o pagamento de pessoal, de R$ 12,9 milhões aos funcionários efetivos, R$ 12,5 milhões aos servidores comissionados e R$ 2,6 milhões com os salários dos vereadores.  As demais despesas do Legislativo foram 14,55% com serviços, 1,47% com bens e 7,31% com outras despesas – entre elas R$ 1.260,00 com diárias, R$ 5.352,68 foram com passagens e R$ 1.146,71 com hospedagens. 

Combustível
O Tribunal de Contas do Estado (TCE/PR) suspendeu licitação da prefeitura de Maringá (região Norte) para a contratação de empresa para fornecimento, gerenciamento e controle de combustível dos veículos da frota municipal, por meio da implantação e operação de um sistema informatizado e integrado. A decisão acatou pedido da empresa Prime Consultoria de Assessoria, que apontou exigência irregular no edital de que a vencedora possua escritório localizado em Maringá durante a vigência do contrato; e que designe funcionário responsável pela gestão, telefone fixo, celular e e-mail de contato, para atendimento ao município no prazo máximo de 24 horas, ou imediatamente, conforme urgência.

Déficit
O TCE também deu parecer pela desaprovação das contas de 2015 da prefeitura de Morretes (Litoral), e aplicou quatro multas contra o ex-prefeito Hélder Teófilo dos Santos, que totalizam R$ 12,8 mil. Entre as irregularidades estão déficit de R$ 3.444.551,56, o que equivale a 10,06% dos recursos municipais. A jurisprudência da Corte considera que, para converter a irregularidade em ressalva, o déficit não pode ultrapassar 5%.