O Departamento Penintenciário Estado do Paranpa (Depen) informou que instaurou procedimentos administrativos para apurar as demandas apresentadas pelo Conselho da Comunidade de Curitiba e Região Metropolitana – Órgão de Execução Penal sobre a Casa de Custódia de Curitiba (CCC).  Com a morte do segundo preso interno da CCC ocorrida na última quarta-feira, 27, em menos de uma semana, a Conselho informou que o espaço estaria apresentado problemas estruturais, como incapacidade do sistema de saneamento da unidade, para atender aos detentos, além de falta de material para o trabalho dos agentes penintenciários, como luvas, e de segurança do próprios presos. 

De acordo com a assessoria do Depen, embora nenhuma queixa oficial tenha chegado à direção do Depen, o procedimento foi aberto em função dos apontamentos feitos. Ainda segundo o Depen, atualmente há na CCC 740 presos. A capacidade para a qual a unidade foi construída é de 492. Por conta disso, alguns presos estariam sequestrando outros presos e, por meio de celulares, chantageando familiares dos presos sequestrados e exigindo como pagamento para libertá-los aparelhos de televisão e rádio ou sacolas com alimentos. A assessoria disse que não havia queixas formais sobre o caso, por parte dos presos ou familiares, porém os apontamentos serão todos investigados.

Sobre a denúncia de que a Sanepar estaria enviando diariamente caminhões-pipa para atender a unidade e de que haveria riscos do sistema de esgoto e a falta de luvas para o trabalho dos agentes, a assessoria também negou e reiterou que os casos serão apurados. 

Nesta quarta (27), Anderson dos Santos Ferreira, de 25 anos, que estava no isolamento, teria ateado fogo em um colchão e morrido em decorrência do incêndio. Na madrugada de domingo (24), Renan Vieira Alves, 25 anos, foi morto por outros presos. Segundo o Conselho, o preso estaria abrigado em uma sala que servia como uma espécie de depósito de colchões. Com histórico de depressão, ele teria colocado fogo no colchão e morrido em decorrência da inalação da fumaça emitida pela queima do colchão e também por queimaduras sofridas.

Sobre a morte do preso, o Depen encaminhou uma nota negando o caso.  Na nota, o Depen informa que o preso estava no isolamento, que ele tinha um histórico de depressão e teria retornado no dia anterior do Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde teria passado uma semana após tentar se suicidar com o uso de uma “arma perfurante” feita por ele mesmo. Ele teria desferido vários golpes contra ele mesmo.