Os ataques do governador reeleito, Roberto Requião (PMDB) à imprensa e
aos jornalistas na entrevista coletiva da véspera foram o assunto do
dia ontem no plenário da Assembléia Legislativa. A maioria dos
deputados – inclusive parlamentares da base governista – condenou a
atitude de Requião, principalmente em relação aos repórteres que
tentaram fazer perguntas a ele, um dia depois do segundo turno da
eleição.

“Assim como não posso brigar com o caixa do banco por causa do juro
alto, não faz sentido o governador brigar com os jornalistas por causa
do comportamento dos veículos de comunicação”, afirmou o deputado
estadual Tadeu Veneri (PT). Para o petista, Requião tem todo o direito
de questionar a atuação da mídia na cobertura na campanha, mas não pode
confundir essa avaliação com a dos jornalistas, que em última instância
são trabalhadores da área.

O deputado José Domingos Scarpellini (PSB) afirmou ter ficado
“estarrecido” com o comportamento do governador na entrevista, que
classificou de “prepotente e arrogante”.

 Jornalista por profissão, o deputado estadual Barbosa Neto (PDT) usou
a tribuna do plenário da Assembléia para solidarizar-se com os
profissionais de imprensa do Estado. “Requião abusou da autoridade ao
convocar coletiva para tratar repórteres e jornalistas como se estes
fossem os próprios veículos de comunicação que o questionam”, lamentou.
O parlamentar ressaltou que “entre os entrevistadores e as reportagens
efetivamente veiculadas há uma linha editorial, uma pauta, que o
governador mostrou desconhecer”.

Panos quentes — O líder do governo na Assembléia, deputado Dobrandino
da Silva (PMDB) tentou contemporizar. Admitiu que o governador teria
“exagerado”, mas acusou a oposição de também exagerar na exploração do
episódio. “Os jornalistas que estavam lá não são culpados pelas
agressões da campanha. A culpa são dos donos (dos veículos) da
imprensa”, reconheceu, justificando porém que as declarações de Requião
teriam sido dadas “ainda no calor da eleição”.



Abert e Fenaj também repudiam agressões
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert)
divulgou ontem nota em que “repudia veementemente a forma agressiva e
desrespeitosa com o que o governador reeleito do Paraná, Roberto
Requião, tratou os jornalistas e os veículos de comunicação do Paraná e
do Brasil” durante entrevista coletiva na última segunda-feira. De
acordo com a entidade, “os ataques e a intimidação desferidos pelo
governador não afastarão as empresas jornalísticas de seu direito
constitucional de informar sem qualquer tipo de censura”. Segundo a
nota, “o comportamento do chefe do Poder Executivo do Paraná é
inaceitável e representa uma afronta direta à liberdade de imprensa”. 

Na véspera, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná
(Sindijor/PR) também havia divulgado nota repudiando o comportamento do
governador na coletiva. Na nota, o Sindijor classifica a atitude de
Requião como “desrespeitosa, truculenta e deselegante”.

Ontem a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) também divulgou
texto em que se solidariza-com os jornalistas ofendidos e junta-se ao
Sindijor “no repúdio à atitude desrespeitosa do governador Requião”. No
texto, a Diretoria da Fenaj lembra, inclusive, “que o governador é
reincidente nesse tipo de postura e em ameaças aos jornalistas”.  ota repudiando o comportamento do governador na coletiva. Na nota, o Sindijor classifica a atitude de Requião como “desrespeitosa, truculenta e deselegante”.
Ontem a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) também divulgou texto em que se solidariza-com os jornalistas ofendidos e junta-se ao Sindijor “no repúdio à atitude desrespeitosa do governador Requião”. No texto, a Diretoria da Fenaj lembra, inclusive, “que o governador é reincidente nesse tipo de postura e em ameaças aos jornalistas”.