O fluxo de caixa é vital para uma empresa. Mas para que o dinheiro circule, deve haver compra e venda de produtos. No cenário atual em que vivemos em Curitiba, com o decreto que impõe uma quarentena mais restritiva para os comerciantes, as empresas não vendem e as despesas continuam. Ou seja, a equação não fecha.

Em uma analogia com o corpo humano, o que o mantém vivo é a circulação do sangue. Sem essa circulação, não há vida. Uma pessoa com 65 quilos tem cerca de 5 litros de sangue no corpo. Se ela perder 2 litros de sangue, precisará urgentemente de uma transfusão. E é exatamente o que a grande maioria dessas empresas que estão sendo obrigadas a fechar as portas vão precisar: uma transfusão de dinheiro. Dinheiro vindo de fora.

Empresários e comerciantes devem restringir ao máximo as suas despesas e buscar complementação de recursos para sobreviver. Mas 14 dias é um prazo muito curto para providências de médio ou longo prazo. Não há nem tempo hábil para se buscar uma operação financeira. Neste caso, a solução imediata é buscar antecipar esses valores por vendas a prazo ou no cartão de crédito.

Um dos fatores agravantes é que esse período de portas fechadas é justamente o período em que as empresas têm que pagar os salários dos seus funcionários. E isso pode ter um efeito dominó: a transferência das dificuldades da empresa para os seus funcionários. Para que isso não ocorra, a providência é restringir ao máximo os seus pagamentos. Como diz o ditado, “devo não nego, pago quando puder”. A ordem é sobreviver e soluções virão.

*Milton Jaworski é formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e há mais de 30 anos fundou a Jaworski Consultoria Empresarial (www.jaworskiconsultoria.com.br)