Marcelo Camargo/ABr – Casos de sarampo avançam a cada semana no Paraná e em Curitiba

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou, nesta quarta-feira (24), mais um boletim dos casos de sarampo no Paraná. Agora são 231 casos confirmados da doença no Estado, 74 a mais que na semana anterior. São 707 notificações para o sarampo, com 139 casos já descartados e 337 em investigação. O balanço refere-se ao período de 1º de agosto até a quarta-feira.

A Região Metropolitana soma 223 casos: 173 foram registrados em Curitiba; 15 em Colombo; 9 em São José dos Pinhais; 7 em Campo Largo; 6 em Pinhais; 4 em Piraquara; 3 em Almirante Tamandaré; 2 em Campina Grande do Sul; 2 em Campo do Tenente; 1 em Fazenda Rio Grande e 1 em Rio Branco do Sul.

No interior, os municípios que registram casos confirmados são: Ponta Grossa (1), Maringá (2); Londrina (3); Rolândia (1) e Jacarezinho (1).

“É uma situação de alerta e intensificamos a importância da vacina, pois o sarampo pode ser evitado com a imunização. A vacina tríplice viral é altamente eficaz e segura, protege todas as faixas etárias e está disponível em todas as unidades de saúde. Reforçamos que vacinar é um ato de prevenção, proteção e que salva vidas”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Toda a população com idade entre 1 e 29 anos deve receber duas doses da vacina tríplice viral e de 30 a 49 anos, uma dose. Neste período de contaminação o Programa Nacional de Imunização também disponibiliza a vacinação para os bebês de 6 a 11 meses, a chamada Dose Zero.

Faixa etária adulta é a mais infectada

Até ontem, Curitiba registrava 173 casos confirmados de sarampo no município neste ano – 50 deles eram novos. Do total de casos confirmados, 23 são importados (a maior parte, a provável fonte de infecção foi São Paulo), e em 150 a transmissão foi secundária (quando uma pessoa transmite o vírus para outra que não viajou) ou são casos em que não foi possível determinar a pessoa responsável pela transmissão ou o local em que ocorreu o contágio.

A faixa etária em que há maior número de registros confirmados é entre 15 e 29 anos, o que corresponde a 85% do total. A idade mediana é de 22 anos.

Em apenas 10 casos foi necessária a internação hospitalar – todos já tiveram alta. “A maior parte dos pacientes evolui bem e não necessita de internamento. As complicações acontecem em casos raros”, diz a médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, Marion Burger.

Além dos casos confirmados, a SMS investiga, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), outros 178 casos suspeitos da doença no município.

Secretaria mapeia a cadeia de transmissão

Dos 231 casos confirmados no Estado, 27 apresentam como a provável fonte de infecção o estado de São Paulo. Outros quatro casos indicam que, possivelmente, a contaminação ocorreu em Santa Catarina; 25 apontam cadeias de transmissão distintas, em festas e estabelecimentos comerciais de grande aglomeração, e 175 casos não mostram vínculo definido.

Transmitido por secreções respiratórias, o sarampo é altamente contagioso. Se um doente espirra ou tosse, o vírus permanece vivo no ar por cerca de duas horas. Um doente pode infectar mais de 12 pessoas.

O período de incubação do vírus varia de oito a doze dias e a transmissão inicia-se antes do aparecimento da doença, permanecendo até o quarto dia após surgiram manchas vermelhas na pele, que são os exantemas.

Campanha
Nesta sexta-feira (24), termina a primeira fase da Campanha Nacional de vacinação Contra o Sarampo, focada em crianças entre 6 meses a menores de cinco anos. Mas a vacinação de rotina continua de segunda a sexta-feira, nas 110 unidades de saúde
A segunda etapa da campanha acontece de 18 a 30 de novembro, de segunda a sexta-feira, nas 110 unidades de saúde de Curitiba. O dia D será no dia 30 de novembro, sábado, em que algumas unidades vão abrir para a intensificação da vacinação. Nesta segunda etapa, o público-alvo será jovens adultos de 20 a 29 anos de idade.
Até 24 de outubro deste ano, foram aplicadas em Curitiba 177.458 doses de vacina contra o sarampo – quase o dobro do realizado em todo ano de 2018 e quase três vezes a mais do que as doses realizadas em todo o ano de 2017.