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Em 22 de abril de 1970 o senador americano Gaylord Nelson, em um protesto contra as emissões atmosféricas e a poluição no mundo, levou como pauta ao senado a criação de um dia especial para se pensar no planeta, na Gaia, a “teia da vida”.

Ao longo da sua existência o planeta Terra já sofreu muitas mudanças, e ainda vem sofrendo. As mudanças passadas – já muito distantes do nosso tempo – não tinham o reflexo da ação humana como vemos e sentimos atualmente. A pressão que o homem exerce negativamente sobre o planeta vem aumentando ao longo dos anos, e mais do que as comprovações disso ao alcance da vista, há diversos levantamentos. Um dos dados mais marcantes está na pesquisa apresentada por cientistas israelenses, um registro preocupante apresentado na revista científica The Nature sobre a quantidade muito maior de objetos (de massa antrópica) produzida pelo homem, em comparação à quantidade de massa natural.

Também a Organização das Nações Unidas realizou um estudo denominado “VISÃO 2050”. O documento indica, por meio de gráficos, os desafios da sustentabilidade com a pegada ecológica de cada país e a pressão sobre o planeta. A partir dele percebe-se que devemos urgentemente estabelecer um novo padrão de vida e de consumo que seja sustentável, com a inserção do hábito de reutilizar materiais, em especial aqueles oriundos da matéria-prima natural, bem como racionalmente utilizar os recursos da natureza.

O Brasil, por sua vez, necessita urgentemente de políticas públicas mais “claras” sobre a proteção ambiental e, em especial, políticas voltadas para cada importante ecossistema que possui. Defendo que o território nacional deve ser mapeado pela diversidade ecológica e por ações que se diferenciam de região por região. O olhar para o ecossistema local, para as comunidades etnoecológicas, para a diversidade e para a proteção devem garantir a conservação de nossos recursos naturais preciosos. E há outra necessidade, a de descentralizar os órgãos de proteção ambiental nos âmbitos municipal, estadual e federal, a fim de garantir que as licenças emitidas não sejam irregulares, ou que venham com “carteirada” política.

Para um planeta sustentável convido todos a, nesse Dia Mundial do planeta Terra, fazer um importante exercício de reflexão e de inserção de algumas dicas no dia a dia de todos nós: (1) evitar o desperdício de água, de alimentos, de recursos; (2) comprar de forma sustentável e aliada aos programas da agricultura familiar; (3) trocar produtos entre as pessoas, estimulando o consumo consciente; (4) destinar adequadamente o lixo, ou no mínimo evitar aumentar sua quantia. O ideal é gerar uma quantidade menor do que a dos dias atuais; (5) plantar, plantar e plantar muitas árvores; (6) ter compaixão e empatia com o semelhante, ensinando sempre que possível; (7) e denunciar os crimes ambientais.

Há muitas outras ações necessárias também – e que somam muito mais do que sete dicas –, porém se cada um fizer o seu papel na sociedade sustentável que almejamos, estaremos exercendo a cidadania ideal e olhando para o nosso futuro comum, o futuro do nosso planeta.

(*) Rodrigo Berté é Ph.D em Educação e Ciências Ambientais, e diretor acadêmico do Centro Universitário Internacional UNINTER