Mais de 16 milhões de brasileiros adultos sofrem de diabetes. O número de pessoas diagnosticadas com a doença no Brasil cresceu 61,8% nos últimos 10 anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016. Os dados são da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada esse ano pelo Ministério da Saúde. O estudo revela ainda que as mulheres registram mais diagnósticos da doença – o grupo passou de 6,3% para 9,9% no período, contra índices de 4,6% e 7,8% registrados entre os homens. Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes, estima-se que tenhamos aproximadamente 592 milhões de diabéticos no mundo em 2035.

A doença é pouco sintomática e por isso muitos portadores desconhecem sua condição. Os tipos mais frequentes são o Diabetes Tipo 1 (comum em crianças e adolescentes) e o Tipo 2, que tem a maior prevalência. O diagnóstico precoce é o que garante o sucesso do tratamento. Saber da doença na fase inicial pode ampliar significativamente as chances de prevenir ou retardar complicações.

Estima-se que uma em cada duas pessoas com diabetes não saiba que está doente e por isso é importante conhecer sinais e sintomas. Um exame de sangue é o primeiro passo para a prevenção. Com uma gota de sangue e menos de um minuto de espera, já é possível saber se há alguma alteração na taxa de glicemia. Caso a alteração seja detectada, será necessária a realização de outros exames, mais aprofundados, antes de começar o tratamento.

O que é diabetes
Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina (tipo 1) ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz (tipo 2). Insulina é um hormônio que controla a quantidade de glicose no sangue. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia. Um quadro de diabetes não tratado, ao longo do tempo, pode gerar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos, destaca o médico.

Fatores de risco
Obesidade, excesso de ingestão de açúcar e gordura, sedentarismo, stress, alcoolismo, idade e hereditariedade.

Possíveis complicações
Hipertensão, derrame cerebral, hemorragias na retina, cegueira, insuficiência renal, infartos, aumento do colesterol e dos triglicerídeos, distúrbios de cicatrização e amputações.

Tratamento
O tratamento varia de acordo com o tipo e o nível de glicemia e pode incluir: alimentação apropriada, exercícios físicos, hipoglicemiantes orais e insulina. No caso do diabetes tipo 1, a insulina sempre é necessária .

Diagnóstico
Há diversas maneiras de confirmar o diagnóstico de diabetes. Os exames mais usados são: teste de glicemia plasmática em jejum (mede a glicose no sangue após pelo menos 8 horas de jejum), teste oral de tolerância à glicose (este tipo de exame mede a glicose no sangue em dois momentos: após pelo menos 8 horas de jejum e após 2 horas da ingestão de um líquido com quantidade conhecida de glicose), teste aleatório de glicose plasmática (análise da glicose no sangue sem levar em conta o que foi consumido na última refeição) e a Hemoglogina Glicada A1C. Esses exames são simples e podem ser feitos em laboratórios.

*Mauro Scharf é endocrinologista, diretor da Unimed Laboratório e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.