O velório de Diego Maradona, morto na quarta-feira, pode reunir até 1 milhão de pessoas a partir desta quinta nos arredores da Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires, de acordo com a imprensa argentina. A cerimônia está ocorrendo no Salão de Los Patriotas e reunirá autoridades e fãs do craque campeão mundial em 1986.

Maradona é um dos poucos argentinos a serem velados na Casa Rosada. A última pessoa a ser velada na sede do governo argentino foi o ex-presidente Néstor Kirchner, falecido em outubro de 2010. A cerimônia atraiu milhares de pessoas ao local e ainda hoje é lembrada como um momento histórico.

Antes de Kirchner, em 1995, um outro ídolo do esporte, Luis Manuel Fangio, cinco vezes campeão da Fórmula 1 e um dos maiores pilotos da história, teve o corpo velado no Salão Branco. Isso aconteceu porque, além da popularidade de Fangio, o presidente na época era Carlos Menem, um fanático declarado das corridas.

A lista de argentinos que tiveram a honra de ter seu funeral no emblemático edifício possui, com exceção de Fangio, apenas presidentes: Bartolomé Mitre, Manuel Quintana, Carlos Pellegrini, Roque Saenz Peña, Julio Roca, Marcelo Torcuato de Alvear e Néstor Kirchner.

No entanto, os velórios na Casa Rosada não podem ser considerados uma tradição. Até mesmo os presidentes ali velados, com exceção de Kirchner, somente o fizeram porque a sede do Congresso ainda não havia sido terminada. Em 1906, com sua inauguração, este passaria a ser o endereço das cerimônias oficiais.

A despedida de Maradona na Casa Rosada foi uma oferta do presidente Alberto Fernández à família do craque. O presidente pediu que sua equipe entrasse em contato com a ex-mulher de Maradona, Claudia Villafañe, para dizer-lhe que estava à disposição e lhe oferecia “todas as possibilidades”, incluindo o velório no local.

A família de Maradona aceitou a oferta e o velório do camisa 10 começou a ser realizado nesta quinta-feira, primeiramente em um cerimônia íntima e logo aberta ao público, sem deixar de atender a certas medidas restritivas em função da pandemia do novo coronavírus.