RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Distribuidoras de energia negociam interligar o estado de Florianópolis ao do Rio de Janeiro com pontos de recarga para veículos elétricos, disse nesta quinta-feira (13) o presidente da Copel, empresa que abastece o Paraná, Antonio Guetter.

A ideia envolve a negociação para a instalação de pontos de recarga no Paraná e no trecho paulista entre a divisa e a capital.

A Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio, já está abastecida, e um projeto da distribuidora catarinense Celesc prevê a instalação de pontos na BR 101 sentido Norte.

“Estamos conversando com a Elektro [distribuidora que opera na região sul de São Paulo] e a Eletropaulo [que atende a região metropolitana da capital paulista] para completar a interligação”, afirmou Guetter em entrevista após o evento.

Os pontos de recarga são instalados em postos de gasolina nas estradas e têm capacidade de recarregar 80% da bateria dos veículos elétricos em 25 minutos.

Cada um deles têm um custo de aproximadamente R$ 150 mil. Além disso, sua instalação demanda um reforço na rede elétrica que atende os postos de gasolina.

A Copel tem um projeto em curso, em parceria com a hidrelétrica Itaipu, para tornar a BR-277 (estrada que liga Paranaguá, no litoral, à cidade de Foz do Iguaçu) viável para o tráfego de veículos 100% elétricos, a um investimento total de R$ 2 milhões.

Três pontos de recarga já foram instalados e outros oito estão em processo de instalação, processo que deverá ser concluído em até três meses, segundo a empresa.

Os pontos ficam a, no máximo, 80 quilômetros de distância um do outro.

Em Santa Catarina, o projeto Eletroposto, da distribuidora local Celesc, já instalou pontos de recarga em Florianópolis e Araquari, cidade localizada a 160 quilômetros da capital do estado.

O projeto prevê uma terceira estação em Itajaí, no meio do caminho.

Em julho, a companhia elétrica EDP (Energias de Portugal) e a montadora BMW inauguraram oito pontos na Rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio a São Paulo, ao custo de cerca de R$ 1 milhão.

Seis deles estão em São Paulo e dois no Rio. A maior distância entre os pontos é de 122 quilômetros.

“Não tenho a menor dúvida de que o carro elétrico está chegando. É uma tendência sem volta”, afirmou o presidente da Copel.

A frota brasileira, porém, ainda é tímida: apenas 0,2% dos automóveis vendidos em 2017 no país eram híbridos ou 100% elétricos.

O alto custo desses veículos -que ainda dependem de importações- é um dos principais entraves para a expansão do modelo no Brasil.

A criação de uma infraestrutura para dar suporte aos carros, outro fator importante para o crescimento do mercado, tem avançado: em junho deste ano, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) regulamentou a recarga dos veículos.