Divulgação / Polícia Civil

A proprietária de um supermercado na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) foi presa na manhã desta sexta-feira (22) suspeita de furtar energia elétrica para o estabelecimento. Outras duas mulheres também foram presas, por suspeita de terem se beneficiado em suas residências do mesmo sistema de ligações ilegais, conhecido como “gato”.

De acordo com a Polícia Civil, o supermercado pratica a fraude há pelo menos dois anos. Em novembro de 2017, o então proprietário, que é pai da dona atual, foi preso pelo mesmo crime. Para fazer o “gato”, cabos foram escondidos na parede de concreto e uma canaleta foi aberta no asfalto. De acordo com a polícia, foi possível constatar até agora um furto de energia que representa pelo menos R$ 100 mil de prejuízo para a companhia paranaense de energia elétrica, a Copel.

Além do próprio furto, o supermercado servia como uma espécie de rede de “gatos” na rua, de acordo com a polícia, já que casas e sobrados próximos também estavam sendo beneficiados.

Durante a ação policial na manhã desta sexta, a Copel desligou a rede clandestina. O mercado precisou fechar as portas por falta de energia.

O delegado Rodrigo Rederde afirma que o caso partiu de uma denúncia da Copel. “Na quarta-feira uma equipe da Copel veio até o 11º Distrito Policial e me procurou. Eles disseram que haveria em tese furto de energia que seria uma rede para outras localidades da região, que não havia medidor e que constataram fortes indícios de furto de energia. Chegando ao local, a polícia fez o flagrante”, afirma. 

O pai da mulher presa nesta sexta já havia sido detido pelo mesmo crime, em 2017, por isso, a Copel fará uma perícia para calcular o valor furtado. “Pode ser bem maior (que os 100 mil reais estimados). As pessoas estão sendo interrogadas. Em 2017 o pai dela (dona do mercado), que era o dono na época, foi preso pelo mesmo crime”, afirmou o delegado. 

“Gatos” em empresas têm aumentado 

O delegado Rodrigo Rederde revela que o furto de energia entre empresas tem aumentado nos últimos anos. “É comum, está aumentando mais, esse aumento diz respeito especificamente às empresas, mas a polícia está preparada e já tem mecanismos para reprimir esse crime”, afirmou. 

Em entrevista ao Bem Paraná, a gerente de inspeção da Copel, Flavia Oleinik, confirmou que grandes consumidores também cometem esse tipo de crime, não sendo restrito apenas a regiões de moradias irregulares ou comunidades carentes. “Existem casos de clientes bem grandes e que às vezes fazem isso. Tem de baixa, média e alta tensão. Muitos fazem. Não só pequenos. No caso dos grandes, as multas podem chegar a milhões de reais”, afirma.

Em 2018, a Copel desfez, em média, 47 “gatos por dia no Paraná. Em Curitiba, a Copel descobriu oito procedimentos irregulares (PI) de captação de energia por dia (2.158 no ano), considerando os 252 dias úteis do ano, já que a empresa não realiza inspeções em fins de semana. Em todo o Estado, em 2018, a companhia realizou 40.933 inspeções (162 por dia útil) no período, em que foram constatados 12.004 procedimentos irregulares. Ou seja, em 29% dos casos havia irregularidades.