SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador João Doria (PSDB-SP) se limitou a dizer nesta segunda (10) que “é cedo para avaliar” e que “o momento é de cautela”, sem precipitação de manifestações e juízos sobre as mensagens que vazaram.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou que conversou com o ministro Sergio Moro e que acredita na palavra dele. “Sei que é um homem decente e que prega pela legalidade e moralidade.”

Em rede social, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também comentou o caso. “A economia segue patinando. Governo sem mão firme. Revelações de conversas entre juízes e fiscais abrem especulações. O povo paga pelas incertezas com falta de renda e emprego. É hora de juízo. Falta grandeza, sobram mesquinharias.”

O vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), classificou como “conversa privada” a troca de mensagens.

“Conversa privada é conversa privada, né? E descontextualizada ela traz qualquer número de ilações. O ministro Moro é um cara da mais ilibada confiança do presidente, é uma pessoa que tem um respeito enorme por parte da população”, afirmou.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também afirmou que Moro tem “total confiança” do governo.

O ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, em grupos de WhatsApp, distribuiu texto no qual diz que um desespero levou pessoas que dominavam o cenário político e econômico a buscarem meios ilícitos para provar que foram punidas injustamente. “Querem macular a imagem do doutor Sergio Moro, cujas integridade e devoção à pátria estão acima de qualquer suspeita.”

Os filhos políticos de Jair Bolsonaro também saíram em defesa do ministro da Justiça e criticaram a imprensa.

“É impressão minha ou só no Brasil uma imprensa utiliza uma invasão ilegal de algo privado, ignorando a invalidade judicial e ilegalidade, mas não se importa em divulgar, com o único intuito de queimar o governo Bolsonaro e favorecer o sistema? Acho que já vi isso antes”, escreveu o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

O vereador ainda replicou uma mensagem postada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) que fala em “ataque orquestrado à Lava Jato”.

“O objetivo claro é tumultuar processos e investigações, barrando o combate à corrupção no Brasil”, escreveu o senador.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez uma série de publicações nas redes sociais, com a hashtag “Eu apoio a Lava Jato”.

Ele também fez críticas ao jornalista Glenn Greenwald, fundador e editor do Intercept Brasil. “Glenn Greenwald, ex-CNN, foi o porta voz do Snowden para vazar tudo que ele sabia sobre dados confidenciais dos EUA no caso conhecido como WikiLeaks. Além disso, Glenn vendeu no exterior a tese que o impeachment da Dilma foi golpe”, escreveu.

O jornalista, porém, não trabalhou na CNN e tampouco tem ligação com o WikiLeaks. Seu trabalho mais famoso foi divulgar em 2013, pelo jornal britânico The Guardian, detalhes do programa de espionagem da NSA, agência de segurança nacional dos EUA.

Filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) divulgou no Twitter a nota publicada no domingo por Moro e chamou o vazamento de criminoso.