No dia em que o clássico Drácula, escrito por Bram Stoker, completa 120 anos desde o seu lançamento, em Curitiba os apaixonados pela cultura vampírica tem um motivo especial para comemorar. É que com as diversas releituras de vampiros lançadas ao longo dos últimos anos no cinema, com especial destaque para a série Crepúsculo, a literatura gótica vem conquistando um número cada vez maior de aficcionados na Capital e, consequentemente, mais espaço no mercado editorial. 

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Segundo os escritores Adriano Siqueira — que conta com com uma invejável coleção com cerca de 500 itens sobre vampiros, que vão desde gibis, livros e filmes até bonecos (action figures) —, e Dione Mara Souto da Rosa, que desde 2004 escreve histórias de literaturas fantásticas, uma das evidências dessa expansão é o lançamento da primeira antologia paranaense sobre o tema, chamada O Sangue dos Vampiros. A obra, que deverá ser lançada em agosto deste ano, reunirá somente escritores paranaenses dos mais diversos segmentos literários.

Mulheres invadem a cena literária

Na antologia, vão ser oito autores que vão contar suas versões do vampiro. São autores de ficção científica, romance, biografias, poetas. Vai ser bem eclético a gama de escritores e são quase todos autores de Curitiba, com exceção de uma escritora, que não mora aqui, mas é paranaense, revela Dione. Acredito que a obra possa ser um marco, até pela recepção que está tendo nas mídias sociais, complementa.

A expectativa, explica Adriano, é que a obra seja lançada em 12 de agosto, quando acontece a feira literária Literatiba. No dia seguinte, quando celebra-se o Dia do Vampiro, outro evento deverá ser realizado para divulgar o trabalho, que contará com a participação especial da vampira curitibana Vampirelle, estrelada pela modelo Isabelle Aguilar e cuja história também estará presente como carro-chefe na antologia.

 

Livro foi essencial, dizem estudiosos
De acordo com Adriano Siqueira e Dione Mara, a importância do trabalho de Bram Stoker para a cultura vampíca é enorme, ao ponto de o autor irlandês poder ser considerado uma espécie de pai do vampiro moderno, uma vez que sua obra, aponta Adriano, seria uma espécie de peça principal de toda a engrenagem vampírica mundial. É através do seu livro que conhecemos as criaturas que nunca vimos, mas sentimos através dos nossos medos, afirma o escritor.
A obra é um marco porque traz uma recontextualização de um personagem histórico, o Vlad III, além de ter sido uma nova forma de rever o mito do vampiro. Bram Stoker adequou o vampiro aos costumes da Inglaterra vitoriana, renovando o mito. Então o vampiro ganha um ar não só de monstro sanguinário e assustador, mas o lado elegante, sedutor, finaliza Dione.
O livro acabou nas telas do cinema — Drácula de Bram Stoker, de 1992 — dirigido por Francis Ford Copolla, e com um elenco que reuniu Keanu Reeves, Gary Oldman e Winona Ryder.