Divulgação – A relação entre o cuidador da pessoa com depressão e saudável precisa de limites

Seja em qualquer tipo de relação, conjugal, familiar, profissional de amizade, quando há empatia, entendimento da pessoa saudável com aquela que sofre a depressão, num primeiro momento podemos avistar um quadro perfeitamente equalizado. Entretanto, como ficam os sentimentos, a energia de quem cuida, convive com a pessoa depressiva?

É inegável o desgaste, muitas vezes a sensação de impotência e por vezes a saída pela porta de emergência. Como se, dependendo do caso, a depressão fosse algo contagioso e aí são duas pessoas adoecidas.

Então como podemos nos blindar das intempéries e inconstâncias da depressão, sem se distanciar de quem amamos, mas ao mesmo tempo nos preservando da frequência vibracional da doença?

A psicóloga cognitiva comportamental Tereza Karam descreve algumas atitudes que possam proteger os cuidadores e aqueles que se relacionam com as pessoas com depressão. “Os quadros de depressão muitas vezes minam o ambiente relacional por serem confundidos com emoções negativas como tristeza e medo. Ou mesmo por serem entendidos como sendo “aquele jeitão” da pessoa mais pessimista. Não importa se o que está ocorrendo é uma depressão reativa, em função de alguma perda, doença, envelhecimento. Ou se é uma depressão endógena, que veio no quadro genético amalgamando-se no funcionamento da pessoa. Ambas, irão interferir nos estados emocionais de quem está por perto. É necessário buscar meios para se reabastecer e se reestruturar, longe destes ambientes”.

Isso também acontece com profissionais que convivem dia a dia com as pessoas depressivas clinicamente. “Médicos, psicólogos, enfermeiros e cuidadores podem desenvolver quadros de Burnout, uma síndrome de esgotamento característico de profissionais cuidadores de gente. E justamente aqueles mais dedicados e empáticos, começam a apresentar insensibilidade e irritabilidade nos cuidados com a pessoa doente”, completa Tereza.

Os limites – “Muitas vezes a pessoa num quadro depressivo nega a condição – e os limites serão mais difíceis de serem pontuados. A pessoa saudável da relação, deverá colocar limites estabelecendo hábitos cotidianos que atendam demandas da pessoa depressiva e também, estabelecer uma boa rede de apoio com médicos, profissionais de saúde, amigos e familiares”,orienta a psicóloga.

Do ponto de vista da observação, o cuidador de quem convive com a pessoa atingida pela depressão, deve acima de tudo estar disposta, mas jamais esquecer de si.