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O anúncio de que a vacina CoronaVac registrou 50,38% de eficácia global nos testes realizados no Brasil causou mais polêmica nas redes sociais, com vários posts sobre o tema. E o número de questionamentos mais que dobraram.  Um dos mais comuns foi sobre o fato de que com esse porcentual, apenas metade da população vacinada teria a proteção contra o vírus. 

O epidemiologista Pedro Hallal, procurado para esclarecer as dúvidas disse que esse pensamento está errado. Ele explicou que os vacinados têm metade do risco de desenvolver a doença em comparação aos não vacinados.

O estudo mostrou que o grupo que recebeu a vacina, 92% tiveram a versão mais leve de Covid-19, sem necessidade de atendimento médico e 8% tiveram a versão mais leve da doença, com necessidade de atendimento médico, mas sem internação. Ou seja, houve uma eficácia superior a 90% no combate as formas mais graves da Covid-19. 

Na fase 2 de testes, os voluntários que receberam o imunizante foram divididos em dois grupos. Um recebeu uma dose mais baixa e outro uma mais alta. A dose mais baixa mostrou-se ser a mais indicada, e 97% dos que a receberam tiveram a produção de resposta imune.

O número mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de 50%. A CoronaVac, portanto, está acima desse patamar.

A microbiologista e pesquisadora da USP Natalia Pasternak lembrou que é necessário que muitas pessoas tomem a vacina, qualquer que seja, para que ela funcione na contenção da pandemia. “Uma vacina só é tão boa quanto a sua cobertura vacinal. A efetividade dessa vacina no mundo real vai depender da vacinação”, disse Pasternak.