NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O empresário Eike Batista negou nesta segunda-feira (17) ter pago propina para obter recursos do FI-FGTS para a LLX, empresa que criou para investir no Porto do Açu, na região norte-fluminense.
Eike depôs na Justiça Federal como testemunha do corretor de valores Lúcio Funaro. Os dois foram citados em delação premiada do empresário Alexandre Margotto, segundo quem Eike teria pago a Funaro e ao ex-deputado Eduardo Cunha para a liberação dos recursos.
O empresário negou ter relações com Funaro e Cunha, mas admitiu ter dado carona em seu avião ao ex-deputado uma vez, a pedido de um executivo de seu grupo empresarial. “Ele sentou em uma cadeira lá atrás e foi isso”, afirmou.
Quando questionado se Cunha interferiu para que recebesse os recursos do FI-FGTS disse que “absolutamente não”.
“Eu era presidente do Conselho de Administração e esses assuntos eram tratados por executivos da companhia”, argumentou. Ele não soube informar, porém, qual foi o executivo responsável por negociar os recursos com a Caixa Econômica Federal.
Eike e sua defesa não quiseram responder se estão negociando delação premiada com a Justiça. O executivo, porém, já teria preparado anexos de uma proposta de delação em que citará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O empresário foi preso em janeiro deste ano pela Operação Eficiência, da Polícia Federal, acusado de pagar propina ao ex-governador Sergio Cabral. Em abril foi transferido para prisão domiciliar.
Ele chegou ao prédio da Justiça Federal no Rio por volta das 14h30 e deixou o edifício às 16h sem dar entrevista.