Em abril deste ano, os curitibanos Bruno Banzato, servidor público, e João Pedro Schonarth, jornalista, viraram notícia em todo o país. Em preparação para adotar o primeiro filho, o casal construiu uma residência no bairro Água Verde, em Curitiba. Quando as obras estavam no fim, foram surpreendidos por panfletos homofóbicos espalhados pelo bairro, os quais traziam foto e até mesmo o futuro endereço do casal.

O objetivo da peça homofóbica era afugentar os futuros moradores. Mas acabou gerando um efeito contrário: diante da repercussão que o caso alcançou, foram diversas as manifestações em apoio aos dois, que estão casados há sete anos, e até mesmo um ato em solidariedade aos futuros pais e contra a intolerância foi promovido na Praça Guanabara, próximo à residência para onde eles já se mudaram.

A gente ficou bastante surpreso com a repercussão positiva. Saber que a sociedade nos apoia, que as pessoas ficaram positivas, nos deu mais forças ainda para seguir com os planos de adoção, conta Bruno. Quando passeamos com os cachorros as pessoas vem conversar, perguntar como a gente está. Nos sentimos muito acolhidos pela vizinhança, emenda João.

A ansiedade pela chega do filho, inclusive, é grande. Há dois anos eles estão na lista de espera para adoção, algo que só deve se concretizar em 2019 devido ao perfil desejado: criança do sexo masculino, com até quatro anos de idade. A ideia de aumentar o tamanho da família, contudo, existe desde o início do casamento.

Desde o início do casamento conversamos sobre esse assunto, mas fomos percebendo que faltavam algumas etapas. Em 2014, já estabilizados financeiramente e emocionalmente/psicologicamente, os dois começaram a ler mais sobre o assunto e em dezembro entraram com o processo. Fomos habilitados em junho de 2015 e desde então estamos na fila.

Enquanto aguardam por uma ligação, Bruno e João aproveitam e se prepararam para a paternidade. Além da casa, que já foi construída pensando no futuro filho, o casal ainda frequenta palestras sobre adoção para se preparar melhor e conta com ajuda de profissionais, como terapeutas. Tudo para serem os melhores pais possíveis.

É o nosso sonho, nós dois sonhamos em ser pais. Temos muita clareza da responsabilidade que é ser pai, ter de formar um cidadção para colaborar com a sociedade. Quero fazer de tudo para que ele seja uma boa pessoa, afirma João. LGBT é um desafio por dia. Todas as decisões que tomamos envolvem um desafio muito maior do que os casais heterossexuais. Estamos nos preparando melhor ainda para dar o melhor possível para a criança, finaliza Bruno.