MOISÉS SARRAF BELÉM, PA (FOLHAPRESS) – No primeiro dos dois dias de visita do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), a Belém (PA), o tucano disse que “dispensa” as recomendações de Arthur Virgílio (PSDB), prefeito de Manaus (AM), sobre sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo em relação às viagens em dias úteis. No início da semana, Arthur Virgílio lançou sua pré-candidatura à Presidência em 2018, criticou as viagens durante a semana e disse que se dedicará às prévias tucanas apenas aos finais de semana. Doria tem viajado com frequência em dias úteis.

O prefeito paulistano, que tem uma série de atividades na cidade até este sábado (7) -entre elas o Círio de Nazaré, uma das maiores festas populares do Brasil-, fez a declaração na tarde desta sexta-feira (6) em entrevista coletiva a jornalistas. “O prefeito Arthur Virgílio é uma pessoa de bem e merece todo o respeito. E tem todo o direito de se apresentar para disputar, no PSDB, o direito de ser o pré-candidato”, disse Doria. “Mas, assim como não emito opiniões sobre a gestão dele à frente da Prefeitura de Manaus, entendo que dispenso as suas recomendações em relação à minha gestão à frente da Prefeitura de São Paulo.” Mais cedo, logo após chegar à capital paraense, Doria seguiu para o comando da Polícia Militar, onde esteve em reunião fechada com o governador do Pará, Simão Jatene, e com o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, ambos do PSDB.

PRIVATIZAÇÃO — Às 13h30, o tucano participou de almoço com empresários e organizações comerciais, além de políticos paraenses, como o presidente da Assembleia Legislativa, Márcio Miranda (DEM), e o presidente da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará), José Conrado. Durante o evento, ele recebeu homenagens da Câmara e da prefeitura e, em sua palestra, defendeu a privatização de empresas públicas. “Desestatização com toda a clareza. Com a certeza de que o Estado deve ser menor para ser mais produtivo”, disse. No almoço, foram servidos pratos com ingredientes típicos da Amazônia, tapiocas ao molho de maniçoba e peixe filhote ao tucupi. A questão amazônica foi tratada, mais tarde, durante coletiva em que o tucano também rebateu proposições do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que esteve em Belém nesta quinta-feira (5). Bolsonaro defendeu a flexibilização da legislação ambiental para a extração mineral na Amazônia.

“Eu não faço essa defesa de forma aberta. Faço a defesa de que isso merece estudos e análises bem elaborados. A mineração aqui é base da economia, sobretudo a exportação de minérios. Mas é preciso ter muito cuidado, muito planejamento, muito zelo na conduta da política mineral assim como da ambiental”, disse. Ele também se contrapôs à ampliação do porte de arma no Brasil, outra bandeira de Bolsonaro. “Não defendo que cada brasileiro tenha uma arma em casa. Não é um caminho para pacificar o Brasil.”

PRÉVIAS — Sobre o encontro com Jatene, Doria disse ter declarado seu respeito “pelo governador Geraldo Alckmin por aquilo que representa na política brasileira e pelo que tem de história dentro do PSDB”. Mas, perguntado sobre a disputa interna pela candidatura à Presidência, alegou que as prévias do partido serão apenas no início de 2018 e que “há muito tempo ainda para que o PSDB possa avaliar e tomar a sua decisão”. Após a coletiva, Doria seguiu para um centro de eventos, para palestra a empresários do Estado e, ainda, recebeu medalha de cidadão paraense. Neste sábado (7), ele vai ao Círio Fluvial e, à tarde, participa de almoço no Consulado da Finlândia no Pará.