Depois de perder o posto de “Capital da Lava Jato” para o Rio de Janeiro e o Distrito Federal (ao menos em termos de quantidade de processos em tramitação), a operação de combate à corrupção estaria sofrendo mais um baque em Curitiba. Segundo noticia o Estadão neste domingo, a parceria entre Polícia Federal e Ministério Público Federal estaria estremecida em Curitiba, o que acabou por afastar os dois principais polos da força-tarefa, que reúne ainda a Receita Federal e em três anos e meio realizou 201 prisões, conseguiu 157 condenação e recuperou R$ 10 bilhões de corrupção para os cofres públicos.

A reportagem, assinada pelos jornalistas Ricardo Brandt e Julia Affonso, noticia que o esvaziamento da equipe policial, que iniciou as apurações do escândalo na Petrobras, e os desentendimentos sobre acordos de delação premiada acabaram por fazer com que o relacionamento entre as instituições entrasse em curto-circuito.

Na última semana, inclusive, algumas faiscas evidenciaram os problemas no grupo de trabalho, como as falas contraditórias do delegado Igor Romário de Paulo e do procurador Athayde Ribeiro Costa, sobre os cortes e verba e de pessoal na PF em Curitiba, a redução no ritmo das operações (42 até aqui) e tabém os relatórios de delegados com críticas à falta de provas e de acesso às delações feitas pelo MPF.

Para agravar ainda mais a situação, a crise entre as duas instituições, no berço da Lava Jato, acontece num momento em que as investigações sofrem pesado bombardeio diante do avanço dos processos contra políticos do governo e também membros da situação e da oposição ao governo.