Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil – Moro: ministro fugiu de perguntas da oposição

Em audiência nesta terça-feira (2), na Câmara Federal, o ministro da Justiça, Sergio Moro, voltou a minimizar o vazamento de mensagens trocadas entre ele e procuradores da operação Lava Jato, divulgadas pelo site The Intercept em parceria com outros veículos de comunicação, e negou conluio entre ele e o Ministério Público Federal no julgamento de processos. Mesmo insistindo em não reconhecer a autenticidade dos diálogos, ele garantiu que eles não implicariam em nenhuma prática ilegal. “São coisas absolutamente triviais dentro do cenário jurídico”, disse Moro.

Moro leu o diálogo que consta nas mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil envolvendo a atuação da procuradora da República Laura Tessler, e afirmou que não havia ali qualquer sugestão de que ela fosse substituída, ao contrário do que afirmado por deputados da oposição. “Prezado, a colega Laura Tessler de vocês é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem”, leu o ministro sobre o diálogo que ele não reconhece. “Tem aqui pedido de substituição? Aqui não tem!”, afirmou o ministro.

A deputada Erica Kokay (PT/DF) questionou o ministro sobre se ele teria orientado a substituição da procuradora, porque ela não estava se saindo bem em audiências com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu de deputados como Erica Kokay (PT-DF). “É trivial orientar substituição de procurador?”, disse Kokay.

Confiança
Moro também alegou que confia nos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao comentar a mensagem “In Fux We Trust”, atribuída a ele em uma das reportagens publicadas com base nos conteúdos obtidos pelo The Intercept. “Pode ter algumas mensagens ali que eu tenha mandado. A referência lá: confia no ministro do Supremo Tribunal Federal. Bem, eu confio. Sempre tratei respeitosamente os ministros do Supremo Tribunal Federal. Aliás, se tivesse alguma mensagem ofensiva, provavelmente, já teria saído. Mas eu sempre tratei eles com absoluto respeito. Agora não posso confirmar a autenticidade porque pode ter ali algum material que tenha sido alterado”, disse.

O ministro da Justiça deixou sem resposta algumas perguntas como, como se é verdadeira a informação de que a Polícia Federal – ligada ao ministério – solicitou ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) relatório sobre atividades financeiras do jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil. Outra pergunta que ele não respondeu foi a do deputado Alessandro Molon: “o senhor nega a autoria de alguma mensagem específica?”.