Se o ano termina de forma trágica para os três times da capital paranaense, para dois clubes do interior o ano pode ser considerado fantástico.
Ao ser campeão paranaense, o Operário, além de conseguir um feito extraordinário, mostrou que é possível fazer futebol de qualidade no interior com poucos recursos. Por detalhes não conquistou o acesso à Série C.
O mesmo feito espetacular neste ano pôde ser visto no desempenho do Londrina. Não chegou à decisão do título estadual, mas figurou entre os primeiros colocados. No entanto, o melhor estaria por vir: foi finalista da Série C e terá oportunidade de disputar a Série B.
Todos sabemos das dificuldades de se fazer futebol profissional no interior dos estados. É visível que o futebol, pelo modelo financeiro adotado na divisão dos recursos, caminha para que haja apenas dois, três, ou no máximo quatro times grandes. Falo isso porque há uma corrente muito forte para a extinção do Campeonato Paranaense e isso acabaria de vez com os pequenos clubes, moribundos por natureza.
Por outro lado, se fizermos uma leitura das três principais divisões do futebol brasileiro, veremos que temos cidades importantes no Paraná que poderiam estar disputando essas competições.
Nada contra Chapecó e Joinville na Série A. Bragança Paulista, Lucas do Rio Verde, Macaé, Itápolis, Varginha e Mogi Mirim na Série B. Arapiraca, Salgueiro, Marabá e Juazeiro do Norte na Série C. Porém, Londrina, Ponta Grossa, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu são praças que possuem melhores estruturas para disputar essas competições e não fazem por falta de incentivo e ou por falta de competência.

Velha novidade
Fora de campo, ainda vemos muitas noticias ruins. Entretanto, o Paraná Clube começa muito bem o ano de 2016 dentro do campo. É acertada a contratação do Claudinei Oliveira. Um sujeito trabalhador e conhecedor de futebol. Nos últimos tempos, o Tricolor da Vila Capanema teve vários treinadores e nem quando mais se aproximou do acesso — no comando de Dado Cavalcanti — o time jogava tão bonito e organizado como no comando do Claudinei.
Será que darão melhores condições de trabalho ao Claudinei nessa passagem? E quando digo condições eu falo de jogadores e estrutura de trabalho. Outra preocupação é saber se o treinador, na primeira oportunidade, vai sair como fizera com a sua saída para o Atlético. Mesmo entendendo que seja justo e legal esse procedimento por parte dos treinadores que buscam melhores oportunidades, vejo que o Paraná Clube ao longo dos anos se transformou num trampolim de profissionais.

Saindo da UTI
Restando duas rodadas para o final, o Coritiba ainda se mantém vivo no Brasileirão. As últimas rodadas foram fundamentais e os resultados positivos fizeram com que o time passasse a depender apenas de si para permanecer entre os grandes.
Algumas previdências fizeram com que o clube respirasse ate o final. Uma delas foi a efetivação do técnico Pachequinho. Outra foi acreditar na qualidade de seus jogadores formados em casa.
Infelizmente, como sempre, na hora do aperto os “gênios do futebol” deixaram de lado os pratas-da-casa e foram se socorrer com medalhões, jogadores experientes que na sua maioria não têm mais condições de jogar futebol.

Edilson de Souza é jornalista e sociólogo