Franklin de Freitas

O Hospital Universitário Evangélico de Curitiba e a Faculdade Evangélica foram arrematados por R$ 215,05 milhões pelo consórcio MACK-HE Dourados (união entre o Instituto Presbiteriano Mackenzie e a Associação Beneficente Douradense), em leilão realizado nesta sexta-feira (28), na 9ª Vara do Trabalho de Curitiba. O pregão foi comandado pelo leiloeiro Helcio Kronberg e atraiu três grupos investidores, porém, um dos grupos não compareceu. Este é o segundo leilão do Evangélico, já que o primeiro, realizado em 17 de agosto, foi desfeito. Na ocasião, o consórcio que havia arrematado as instituições por R$ 259 milhões descumpriu o prazo de dois dias úteis para o pagamento do sinal – equivalente a 20% do valor da arrematação -, provocando a desfeita do primeiro leilão de venda.

De acordo com o leiloeiro, “o consórcio MACK-HE deve pagar 20% do valor de entrada até dia 5 de outubro”. O pregão começou com o lance mínimo de R$ R$ 215 milhões pela Universidade Brasil. Além da MACK-HE, que já havia participado do primeiro leilão, outros dois consórcios foram habilitados para participar:  NRE (que inclui as empresas NRE Participações S.A e  ITPAC – Instituto Tocantinense Presidente Antonio Carlos S/A) e Universidade Brasil, que tem sede em São Paulo.

Bastante emocionado, o diretor-presidente do Mackenzie, José Inacio Ramos, disse que a instituição assume a gestão do complexo para “dar a Curitiba o Hospital e a Faculdade Evangélica que a cidade merece”, empregando sua experiência e competência em gestão para recuperar a qualidade dos serviços. 

O Hospital Evangélico

O Evangélico atende 35 mil pessoas por mês – sendo a grande maioria pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, recebe pouco mais da metade (51%) dos casos de emergência de Curitiba e da Região Metropolitana. 95% dos atendimentos feitos no Evangélico são do SUS. Os outros 5% são referentes a convênios e atendimento particular. O hospital é conhecidamente referência no tratamento de queimados. Conforme a instituição, é também referência em cirurgias plástica e bariátrica, transplantes de fígado e rim, neurocirurgia, ortopedia e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal.

Em dezembro de 2014, após uma ação civil pública do Ministério do Trabalho, o hospital sofreu intervenção. A ação identificou que havia um histórico de não pagamento de rescisões trabalhistas, Fundo de Garantia, tributos e fornecedores. 

Estima-se que entre dívidas e salários atrasados a unidade de saúde acumulou perto de R$ 400 milhões em débitos. A gestão conseguiu, por meio do ProSUS, programa do governo federal de remissão de dívida, reduzir cerca de R$ 200 milhões dos débitos tributários.

A instituição é particular e sem fins lucrativos.