ORLANDO, EUA (FOLHAPRESS) – O clima da Flórida em setembro lembra o de uma sauna: um calor úmido que persiste até a madrugada. Mas, sem sair de lá, é possível se sentir no cenário sombrio da série “Stranger Things”, ambientada numa cidade fictícia do estado de Indiana que parece não ver o sol há séculos.

Para seu evento Halloween Horror Nights deste ano, aberto na última sexta (14), o parque Universal Studios, em Orlando, recriou os ambientes do suspense da Netflix numa de suas dez casas mal-assombradas -um recorde para a festa de dia das bruxas, realizada há 20 anos. 

Estão ali a casa da família Byers -com a sala cheia de luzes de Natal que a personagem Joyce (Winona Ryder) usa para se comunicar com o filho desaparecido-, a floresta e o laboratório da cidade de Hawkins e o “mundo invertido” habitado pelos demogorgons, os monstros com cara de flor.

Durante o passeio, os visitantes são assustados por esses demogorgons que pulam de todos os cantos. Saem das paredes, se escondem atrás de espelhos, abrem suas bocarras e urram enquanto toca a trilha sonora da série. 

A atenção aos detalhes impressiona. Patrick Braillard, diretor do evento e responsável pela casa, conta que a Netflix cedeu áudios, vídeos e plantas dos cenários da série para que a equipe do parque fizesse a reprodução, ao longo de um ano de trabalho.

“Foi importante para nós, enquanto fãs, garantir que cada cenário, cada fantasia e cada detalhe da história estivesse representada com a maior precisão e, ao mesmo tempo, fosse o mais empolgante possível”, diz Braillard à reportagem.

O trajeto pela casa recria, cronologicamente, os eventos da primeira temporada: o garoto Will desaparece, seus amigos o procuram, a mãe, desesperada, tenta convencer a todos de que ele está vivo e Eleven, uma garota com poderes, aparece para ajudar. 

Além desses, todos os personagens principais aparecem, interpretados por atores que dublam os áudios originais: os amigos chamando por Will, o detetive Hopper gritando para que você dê o fora dali. Barb, a queridinha dos fãs na internet, também está lá. 

Além de “Stranger Things”, outros elementos dão uma cara oitentista ao evento neste ano. Numa das “zonas do medo”, onde atores fantasiados circulam ao ar livre, monstros aparecem vestidos como celebridades da década -há, por exemplo, a versão zumbi de Michael Jackson em “Thriller”. 

Já outras casas mal-assombradas retratam filmes de terror dos anos 1980, como “Poltergeist” (1982) e “Halloween 4” (1988) -a que tem maior potencial de sustos, com múltiplos Michael Myers (o personagem vilão que usa uma máscara) de faca em punho.

 Há ainda cinco casas com histórias originais, como uma em que personagens de contos de fadas viram monstros.

Para se assustar mesmo, o ideal é liderar um grupo, porque quem vai atrás consegue ver onde atores e bonecos  (que nunca encostam nos visitantes) estão escondidos e pode passar incólume. Nesse caso, ver os outros pulando e gritando é diversão à parte. 

No ano que vem, todas as casas mudam. “Já repetimos uma história, mas contamos de outra forma. Nenhuma casa é duplicada”, diz Braillard.

Neste ano, o Halloween Horror Nights será realizado no Universal Orlando Resort em 36 noites entre setembro e dia 3 de novembro. Os ingressos partem de US$ 62,99 (cerca de R$ 261), mais taxas.