De um lado um Coritiba que ronda a zona do rebaixamento e busca forças para se reabilitar diante de sua torcida para iniciar uma reação. Do outro, um Atlético-MG que não vence há quase um mês e tenta juntar os cacos da eliminação da Libertadores a fim de se reencontrar na única competição que resta. É dentro deste panorama dramático que paranaenses e mineiros se encontra neste domingo, às 11h, estádio Couto Pereira, dispostos a fazer uma correção de rota nesta altura do segundo turno.

Pressionado pela má campanha, o Coritiba tem mais um problema para administrar. A impaciência de sua torcida. Nesta semana, integrantes da organizada Império Verde estiveram no Centro de Treinamento para convocar uma reunião.

O encontro forçado provocou um atraso no início do treinamento e viaturas da polícia militar foram ao local para acompanhar a conversa e evitar qualquer tipo de confusão. O momento turbulento reflete a má campanha da equipe, que vem de duas derrotas seguidas, contabiliza apenas 22 pontos e tem somente um a frente do grupo que integra a zona de rebaixamento.

O técnico Gustavo Morínigo, do Coritiba, tem problemas para montar a equipe. O comandante conta com o retorno de Egídio, que cumpriu suspensão automática, à lateral esquerda, mas tem dúvidas no setor ofensivo. Sem poder contar com Alef Manga, a aposta deve ser José Hugo. Ele ainda estuda a possibilidade de colocar a equipe em um 4-4-2 e deixar a equipe com dois homens de armação no meio.

Um dos jogadores com mais liderança no elenco, o zagueiro Henrique pede mais cobrança dentro de campo. “Nossa equipe era forte e agressiva e precisamos voltar a ser assim.”

O zagueiro falou do momento de tensão que toma conta do clube, mas encara isso como coisa normal no futebol. “Sabemos da pressão que existe. A torcida está fazendo a parte dela no estádio e temos consciência do que está faltando do nosso lado”, comentou o jogador.

Pelo lado do Atlético-MG, Cuca precisa recuperar a equipe psicologicamente da queda na Libertadores no meio de semana. A última vitória dos mineiros aconteceu no dia 17 de julho, contra o Botafogo, no Rio. Depois disso, foram quatro jogos com um empate e três derrotas.

A fase ruim fez o time estacionar nos 32 pontos e descolar da briga pela liderança. E o técnico Cuca já iniciou o seu tratamento de choque. Para ele, a reação Brasileiro virou obrigação. “É obrigação, não é nem achismo. É obrigação chegar entre os primeiros. Por mais difícil que seja, você tem que ter equilíbrio e recomeçar. A liderança está longe, mas temos que pensar no jogo a jogo”, afirmou o treinador.

Como a prioridade agora é buscar uma vaga na Libertadores, Cuca busca um esquema com forte marcação, mas que tenha também força ofensiva para surpreender a defesa adversária.

A velocidade de Ademir e Keno devem ser as armas para buscar Hulk como referência na frente. No entanto, a preocupação é acertar a recomposição no meio-campo para conseguir ter o controle do jogo.