Gilson Abreu/AN-PR

Um endurecimento das medidas contra a Covid-19 não está descartado no Paraná. A observação é do secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, durante uma videoconferência com prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba nesta sexta-feira (22). O encontro foi pedido pelos prefeitos para alinhar as ações da Capital e municípios vizinhos.

Beto Preto reforçou que o isolamento social segue como principal arma contra a transmissão e circulação da Covid-19. “Infelizmente temos observado um aumento no número de casos, claramente resultado de um relaxamento que tivemos há 15 dias quando iniciamos o pagamento do auxílio emergencial e comemoramos o Dia das Mães”, explicou.

Segundo ele, a secretaria não descarta a possibilidade de tomar medidas mais restritivas nos próximos dias. “Estamos observando estes números com muita atenção. Se as empresas não se conscientizarem neste momento da necessidade desta flexibilização, um ‘lockdown’ não está fora de cogitação”, disse Beto Preto.

Nesta semana algumas medidas de flexibilização foram tomadas, como a reabertura de igrejas para cultos. Depois de consulta do Tribunal de Justiça do Paraná, algumas academias de ginástica também retomaram o atendimento. Nesta semana também os shoppings fazem pressão para reabrir ao público.

Prefeitos

O Governo do Estado vai alinhar ações e estratégias para enfrentamento do coronavírus em todos os municípios vizinhos a Curitiba. A pedido da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), a reunião por videoconferência desta sexta-feira, no Palácio Iguaçu, estabeleceu normas que devem ser postas em prática de forma conjunta pelas cidades para ampliar o alcance e a eficácia do combate ao vírus.

O encontro contou com a participação de secretários de Estado, prefeitos e representantes de municípios de toda a região. A ideia, explicou o presidente da Assomec e prefeito de Fazenda Rio Grande Márcio Wozniack, é fazer com que as administrações locais não tomem decisões unilaterais ou divergentes que possam ter impacto nas demais cidades.

“Temos uma grande preocupação com relação às medidas de isolamento e, principalmente, do afrouxamento de tais medidas. Não adianta eu proibir o comércio, entre outras atividades em um município, se o vizinho afrouxa. Precisamos tomar ações de nível metropolitano”, destacou ele. “A orientação e até intervenção do Governo do Estado neste momento é fundamental”, completou Wozniack.

Uma das principais preocupações diz respeito ao transporte coletivo. Presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Gilson Santos ressaltou que a agência vem buscando constantemente ações para evitar ao máximo a aglomeração dentro dos veículos, considerados potenciais propagadores da doença.

A alternativa, destacou, é contar a parceria da iniciativa privada na flexibilização dos horários de entrada e saída dos trabalhadores. “Infelizmente o distanciamento social recomendado é impraticável dentro do transporte coletivo. Por isso, as pessoas e empresas precisam fazer a sua parte, alterando os horários de trabalho”, afirmou Santos.