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A família da intercambista Sofia Millarski, que está em Perth, Austrália, está brigando na Justiça para evitar que a empresa de intercâmbio cultural AFS antecipe o fim do programa e mande a garota de volta para casa. Segundoo o relato da mãe da Sofia, Danielle Millarki, a filha chegou a Austrália no dia 2 de fevereiro e o programa irá até 12 de dezembro. Ela revela, em post na rede social que a empresa, sem consultar os pais, resolveu encerrar os programa de todos os intercambistas deste ciclo e “ameaça colocar a Sofia num avião de volta pra casa nos próximos dias.”

“Ela está em Perth, na Austrália, o que significa que eles querem que a gente autorize a nossa filha, nosso amor maior, a passar por 5 aeroportos e enfrentar 40 horas de trânsito neste momento STAY AT HOME. A organização não nos deu um telefonema para nos ouvir antes de tomar esta irresponsável decisão. Não avaliou os riscos, não ouviu recomendações mundiais, não olhou com carinho caso a caso. Ameaça romper o contrato arbitrária e unilateralmente, caso não concordemos em colocá-la em risco agora, ou seja, abandoná-la lá”, diz a postagem. 

Danielle lembra que este é um momento no qual os países estão fechando fronteiras e ela pode ficar em alguma escala por dias, semanas, meses. “Quem sabe?”, questiona. “Além disso, estão contribuindo para a disseminação do vírus pelo mundo, movimentando centenas de jovens”. ressalta. “Como mãe, em outras circunstâncias, obviamente ia querer a minha filha grudada em mim. Mas avaliando a evolução da transmissão na Austrália (e sua densidade demográfica, a característica de ser continental), é muito claro que lá Sofia está mais segura e protegida”, diz.

Casada, com um médico “altamente informado sobre as características da doença”, Danielle recorreu a Justiça que, nesta quarta-feira, 18, concedeu liminarmente o direito da família em vetar o fim do contrato e o envio de Sofia de volta ao Brasil. “O juiz assinou ontem no fim da tarde e eles já foram comunicados. Traduzimos e também mandamos pro AFS Austrália e pra sede, em Nova York”, conta Danielle. 

A empresa foi procurada pela reportagem, mas ainda não respodeu aos questionamentos.

Vale ressaltar que se cancelarem o programa, os intercambistas ficam sem visto e, portanto, amparo legal para se manterem nos países destino. Com isso, as famílias que estão abrigados os estudantes não podem ficar com eles. Em uma resposta a um questionamento feito por uma internautas sobre a família que hospeda Sofia oferecer abrigo à ela, Danielle responde que a empresa de intercâmbio afirmou que iria informar às autoridades locais sobre o cancelamento do programa e do visto  dos intercambistas.