Luiz Costa/SMCS/Arquivo

Após o apelo da Associação Comercial do Paraná (ACP) às empresas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana para que sejam respeitadas as normas das autoridades municipais e estaduais para que não haja lotação dos veículos nos horários de pico, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp) emitiu uma nota oficial afirmando que ‘já se dirigiu mais de uma vez à ACP para informar todos os procedimentos adotados pelas operadoras do transporte coletivo, durante essa pandemia do coronavírus, a fim de garantir a saúde de seus colaboradores e passageiros. A nota bastante ácida diz ainda que  o presidente da ACP, Camilo Turmina está errado ao ‘supor que novos casos de coronavírus estão ligados ao transporte coletivo”. “É só um pensamento equivocado, mas, dito por um representante do comércio paranaense, ganha ar de verdade e prejudica todo um trabalho levado muito a sério por profissionais competentes. O Setransp pede que haja mais conhecimento e responsabilidade nesse tipo de manifestação – que é individual, pois as operadoras sabem que a maior parte do comércio é composta por empresários sérios e responsáveis”, diz a nota do Setransp.

“Vale lembrar, ainda, que boa parte dos profissionais de saúde utiliza o ônibus para chegar aos locais onde vão combater essa pandemia, além de ser, para muitos, o único meio que garante o ir e vir. Por isso, o transporte coletivo é considerado um serviço essencial. O comércio deve apenas cumprir o horário recomendado de funcionamento.O Setransp pede união nessa luta contra a doença. Se há falhas, elas podem ser corrigidas. O que não se pode é tomar o transporte coletivo como vilão, pois ele é um aliado da comunidade e também do comércio no enfrentamento dos problemas”, afirma o sindicato, na nota. 

Entre as medidas citadas pelo Setransp, está a oferta de ônibus que hoje é de 80% do que era antes da pandemia, enquanto a demanda de passageiro está em apenas 38%; nos principais terminais, o acesso é controlado por fiscais da Urbs e agentes do Exército para que o ônibus rode com no máximo 50% de sua capacidade;  a higienização foi reforçada nas garagens e terminais, e a Prefeitura de Curitiba também está ajudando nessa tarefa, garantindo a limpeza das estações-tubo; cumprimento rigoroso de todas as determinações dos órgãos de saúde e do Ministério Público do Trabalho;  e as empresas já realizaram diversas campanhas de conscientização junto aos passageiros para que evitem aglomerações e tomem todos os cuidados de prevenção, inclusive plotando ônibus com máscara.

A Associação Comercial tinha se manifestado que a exemplo do Ministério Público, demonstra sua preocupação com a lotação dos ônibus, não só da Região Metropolitana, mas também os administrados pela Urbs, que circulam em Curitiba. Mesmo quando o comércio esteve de portas fechadas, não podendo servir como culpado pelo excesso de passageiros, observou-se a circulação de ônibus lotados nos horários de pico. ACP sugeriu ainda que as empresas repassem os valores do vale transporte de seus funcionários em dinheiro no período da pandemia, para que eles possam utilizar aplicativos de transporte, caronas coletivas ou o próprio veículo para ir e vir do trabalho.