NATÁLIA PORTINARI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A notícia de que o abastecimento de alimentos e combustíveis das cidades brasileiras foi prejudicado pelas manifestações de caminhoneiros provocou uma corrida por suprimentos, que pode agravar a escassez de produtos ao longo desta sexta-feira (24).

Houve desabastecimento de frutas e legumes no Ceagesp, de São Paulo, no Ceasa, do Rio de Janeiro, de Curitiba e de Ribeirão Preto (SP), e na Feira de São Joaquim, em Salvador.

Isso não significa, porém, que os estoques dos atacadistas, que adquirem esses alimentos, estão acabando, nem que os supermercados estejam todos com prateleiras vazias.

O mesmo vale para os combustíveis, que já se esgotaram em diversos postos devido a uma procura acima do comum por abastecimento.

A reportagem procurou os sindicatos de postos de gasolina de todos os estados da federação nesta quinta-feira (24). Sete deles —PR, SP, RJ, RS, SC, DF e MA— relataram que estão com estoque prestes a acabar nos postos devido a interrupções no transporte das distribuidoras.

“Com a corrida aos postos, a gasolina em São Paulo não tinha como durar mais que dois dias”, diz José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro, dos postos de São Paulo. “O primeiro produto a acabar é o etanol, que é o mais barato.”

O efeito mais concreto para os consumidores, por enquanto, está na redução da frota de ônibus urbanos, problema que já aflige São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Rio e outras capitais.

A prática adotada por alguns postos de gasolina de aumentar preços em momentos de escassez e alta procura é considerada abusiva ao consumidor e deve ser denunciada ao Procon de cada estado.