Franklin de Freitas – Escolas de dança e música se cercam de cuidados e esperam o retorno dos alunos

Após pesquisas realizadas com os pais e alunos, escolas de dança e música de Curitiba retomaram as atividades presenciais com o espaço arejado, disposição de álcool em gel pelo ambiente e limitação de alunos por sala. Mas como nem todos ainda se sentem seguros em plena pandemia de Covid-19, as escolas resolveram também manter as aulas online.

Para as escolas, ainda que adesão não seja total, a retomada da opção presencial é o primeiro passo para criar uma relação de confiança com os pais. André de Paula, diretor administrativo e financeiro da escola de dança Studio D1, acredita que com bons resultados do mês de setembro seja possível um retorno maior de alunos.

“Os sinais de que nós tivemos todos os cuidados na escola e que esses cuidados deram resultados positivos, e se os números oficiais de casos em Curitiba tiveram uma diminuição, as pessoas vão se sentir mais seguras a voltar ao presencial em outubro”. A escola está funcionando desde o dia 9 de setembro, com uma média de 5 alunos por turma e uso obrigatório de máscara.

O plano para retomada das presenciais também já começou na Escola Fantástica, que oferece aulas de música. Após uma pesquisa de opinião feita com os alunos e professores, a direção decidiu pela reabertura para hoje, mas somente para aqueles que desejarem.

Para o retorno, a Escola Fantástica implementou inúmeras medidas de segurança — como a verificação da temperatura de todos que entram na escola, o uso obrigatório de máscara pelos alunos e de máscara e face shield por professores e por alunos que façam aulas de bateria, divisões de acrílico para separar professor e aluno nas aulas de canto e materiais para que os professores possam higienizar os instrumentos no fim de cada aula —, assim a escola espera pelo retorno dos alunos ao presencial.

A professora de canto Marinez Costa explica a dificuldade que tinha com as aulas online e que o retorno das aulas presenciais era algo reivindicado pelos estudantes também. “Alguns alunos falaram em retornar há alguns meses atrás. Muitos cancelaram as aulas por não se adaptarem ao formato online. A maior dificuldade das aulas de música, segundo ela, é o delay (atraso sonoro das vídeos ligações).

Ela cita também a falta de privacidade dos alunos com todos da família “assistindo” as suas aulas”. “As aulas serão individuais e a entrada do aluno na hora exata da aula, a permanência na escola antes ou depois da aula ainda ficará suspensa para evitar aglomeração nas dependências. Tenho certeza que todo o cuidado possível foi e será tomado para o retorno às aulas segundo as recomendações da OMS”, explica Marinez.

Muitos alunos ainda se sentem inseguros para o retorno

Para muitos pais e alunos, o momento ainda não está favorável para a volta das aulas extracurriculares presenciais. A estudante universitária Maitê Panzone, 20 anos, começou a estudar violão na Escola Fantástica durante a pandemia e diante dos números de contaminação em Curitiba optou por continuar as aulas online por enquanto. “Ainda estou com aulas online da faculdade, trabalho remoto, não me sinto segura para me expôr ao vírus apenas pela aula de música. Me adaptei bem ao sistema remoto. Estou feliz com o aprendizado. Prefiro esperar como vai ser o retorno, para depois me decidir”, diz a estudante. Na opinião dela, a escola dar a opção online ou presencial foi muito positiva.

Maria (nome fictício), mãe de duas alunas do Studio D1, conta que se sente insegura em deixar as filhas irem para as aulas. “Mesmo com as mudanças feitas pela escola, não me senti confortável e segura em relação às minhas filhas, porque entendemos que a pandemia ainda está num ponto crítico e na academia de dança o risco de contaminação é muito grande. Em qualquer lugar onde haja uma circulação de pessoas, existe risco”.

A falta de amparo e o baixo rendimento das meninas nas aulas online também é relatado pela mãe. “No início da pandemia elas gostavam dos ensaios online, mas agora já não estão mais motivadas, pois falta uma interação mais efetiva e por conta disso o rendimento caiu muito”.