Geraldo Bubniak – Felipão

A eliminação do Palmeiras na Copa do Brasil diante do Internacional, na última quarta-feira, reforçou o histórico recente do clube de ter se tornado um especialista em pontos corridos e coadjuvante em competições de mata-mata. Desde a última conquista em torneios eliminatórios, a Copa do Brasil de 2015, a equipe não conseguiu ter bom aproveitamento em competições nesse formato.

O Estado analisou os resultados do time desde 2016 até hoje e encontrou uma grande diferença de aproveitamento entre os dois diferentes tipos de competição. Quando se trata de pontos corridos, seja no Campeonato Brasileiro ou na fase de grupos de competições como Copa Libertadores e o Campeonato Paulista, o Palmeiras conseguiu um aproveitamento de 69%. Já no caso de mata-matas, o rendimento cai e vai para 56%.

A variação de resultados nos diferentes confrontos persiste até dentro das mesmas competições. A equipe teve, por exemplo, a melhor campanha da primeira fase do Campeonato Paulista em dois anos, mas não conseguiu o mesmo sucesso nas etapas eliminatórias. O roteiro se repetiu na Libertadores do ano passado, com a eliminação do clube na semifinal após ter sido o destaque da etapa de grupos.

No histórico recente do Palmeiras, boa parte das vitórias nos mata-matas foi diante de adversários de divisões inferiores. Pela Copa do Brasil, a equipe superou rivais como Botafogo-PB, Sampaio Corrêa e o Inter, então um integrante da Série B, em 2017. No Paulista, o clube só superou um rival nos últimos anos, o Santos, batido nos pênaltis da semifinal do ano passado. No total são dez eliminações.

Por outro lado, nos pontos corridos o Palmeiras tem sido dominante nas últimas temporadas. O clube alviverde acumula desde 2016 dois títulos do Brasileiro e um vice, além de ser o atual líder e dono da série de 33 jogos de invencibilidade, maior marca em 40 anos.

A estabilidade do time em pontos corridos só falhou uma vez nos últimos anos. O Palmeiras foi mal na fase de grupos da Libertadores de 2016 e se despediu da competição bem cedo, até antes do mata-mata. Resultado fora do comum para quem consegue, graças ao elenco, fechar um Brasileiro com apenas quatro derrotas em 38 rodadas, como foi o caso no ano passado.

FELIPÃO – O técnico Luiz Felipe Scolari é dos grandes responsáveis pela campanha positiva nos pontos corridos, ao conquistar quase 80% dos pontos. O número chega a ser curioso, afinal uma das marcas do currículo dele é justamente as taças em competições eliminatórias. Já em mata-matas, o rendimento cai para 56%. Com o treinador foram cinco classificações e quatro eliminações.