Henry Milleo – Protesto em frente ao prédio histórico da UFPR na praça Santos Andrade

Em Curitiba, a manifestação está marcada para as 18 horas, na Praça Santos Andrade, em frente a sede do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR).  Estudantes, professores e trabalhadores da educação participam nesta terça-feira (13) em Curitiba de mais uma manifestação nacional contra políticas do governo Jair Bolsonaro, do PSL, para o ensino público superior. De acordo com a União Nacional dos Estudantes, 46 cidades confirmaram atos públicos contra os cortes no orçamento do ensino superior e contra o projeto “Future-se”, programa que modifica a gestão financeira de institutos e universidades federais.

Na capital paranaense, os manifestantes se concentram a partir das 18h desta terça-feira (13) na Praça Santos Andrade, no Centro. O protesto vem sendo chamado de Terceiro Tsunami da Educação, promovido na sequência das manifestações nacionais realizadas nos dias 15 e 30 de maio contra o corte de 30% das verbas de custeio promovido pelo Ministério da Educação.

O governo federal alega que o Future-se seria um mecanismo de “fortalecimento da autonomia administrativa e financeira das Instituições Federais de Ensino Superior”, as Ifes. Para estudantes e professores contrários à proposta, ela representa uma forma de terceirizar o financiamento da educação pública. Esta é a última semana da consulta pública aberta no último dia 17 de julho para que a sociedade apresenta sugestões sobre a minuta do projeto de lei. O prazo se encerra às 23h59 de quinta-feira (15).

Algumas instituições já anteciparam que não pretendem aderir ao programa, que prevê a contratação de uma Organização Social (OS) para fazer a gestão de atividades fins das IFES, como ensino, pesquisa e inovação. Ao aderir, as IFES teriam de cumprir um conjunto de exigências, entre elas, adotar programas de controle interno e auditoria externa.

A Universidade Federal do Paraná só deve fechar uma posição no final desta semana. A proposta vem sendo avaliada internamente, com gestores de outras universidades da região Sul e também com a comunidade. Há uma preocupação dos dirigentes das instituições de ensino superior com lacunas e possíveis inconstitucionalidades do projeto.

A UNE permanece vigilante. Nossas universidades pedem socorro, e só nossa luta organizada poderá dar resultados”, afirmou, em nota, o presidente da UNE, Iago Montalvão.

De acordo com a UNE, o Future-se tem o objetivo de “sucatear para depois privatizar” a educação.

Às 10h30, os atos desta terça já eram o assunto mais comentado no Twitter Brasil com as hashtags #Tsunami13Agosto e #TsunamiDaEducação.

Autoridades e instituições ligadas ao tema se manifestaram sobre os protestos. A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) afirmou que o contingenciamento de R$ 348 milhões divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na semana passada “afetará a compra e a distribuição de centenas de livros didáticos que atenderiam crianças do ensino fundamental de todo o País”.

Já a presidente nacional da União da Juventude Socialista (UJS), Carina Vitral, afirmou que enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, não “arredarem o pé dos cortes e ataques ao povo” os estudantes não deixarão as ruas.

Intitulado “3º Grande Ato em Defesa da Educação”, as manifestações ocorrem, segundo a UNE, em mais de 150 cidades dos 26 Estados e no Distrito Federal. Os dois primeiros protestos foram nos dias 15 e 30 de maio.

Veja abaixo onde ocorrem os atos de estudantes nas capitais brasileiras, em 13 de agosto (horários locais)

Região Norte

Acre: Praça da Revolução, Rio Branco, às 16 horas

Amazonas: Praça da Saudade, Manaus, às 15 horas

Amapá: Praça da Bandeira, Macapá, às 13 horas

Pará: Praça da República, Belém, às 8 horas

Rondônia: Praça Três Caixas D’Água, Porto Velho, às 16 horas

Roraima: Praça do Centro Cívico, Boa Vista, às 16 horas

Tocantins: Praça dos Girassóis, Palmas, às 9 horas

Nordeste

Alagoas: Centro de Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa), Maceió, às 8 horas

Bahia: Praça do Campo Grande, Salvador, às 9 horas

Ceará: Praça da Gentilândia, Fortaleza, às 8 horas

Maranhão: Praça Deodoro, São Luís, às 15 horas

Paraíba: Liceu Paraibano, João Pessoa, às 14 horas

Pernambuco: Rua Aurora, Recife, às 14 horas

Piauí: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Teresina, às 8 horas

Rio Grande do Norte: Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) Central, Natal, às 14h30

Sergipe: Praça General Valadão, Aracaju, às 15 horas

Sudeste

Espírito Santo: Teatro Universitário, Vitória, às 16 horas

Minas Gerais: Praça da Assembleia Legislativa, Belo Horizonte, às 16 horas

Rio de Janeiro: Largo da Candelária, Rio de Janeiro, às 15 horas

São Paulo: Museu de Arte de São Paulo (Masp), São Paulo, às 15 horas

Sul

Paraná: Praça Santos Andrade, Curitiba, às 18 horas

Rio Grande do Sul: Esquina Democrática, Porto Alegre, às 18 horas

Santa Catarina: Largo da Catedral, Florianópolis, às 16 horas

Centro-Oeste

Distrito Federal: Museu da República, Brasília, às 9 horas

Goiás: Praça Universitária, Goiânia, às 15 horas