Hully Paiva/SMCS

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), se manifestou sobre as aglomerações em bares do Largo da Ordem e no complexo gastronômico Mercado Sal, em Curitiba, no fim de semana,  em entrevista ao Jornal Meio-Dia da RPC nesta segunda (8). “Eu quero livrar Curitiba do lockdown. Para isso, preciso de responsabilidade social no distanciamento”, disse ele. “O que aconteceu no Mercado Sal não condiz com a cidade inteligente que vivemos e nem com a reputação de pessoas inteligentes que o Brasil atribui a maioria dos curitibanos. Apelo para que não repitam isso. O vírus mata e é necessário um novo comportamento social. Preciso da urbanidade e educação sanitária das pessoas”.

Greca disse ainda que assim que tomou conhecimento do que acontecia no Mercado Sal mandou a fiscalização o local foi notificado. Ele declarou ainda que se o mesmo ocorrer novamente, o alvara do local será cassado.  “O vírus mata e é necessário um novo comportamento social. Eu preciso da educação sanitária das pessoas!, disse o prefeito.

Desde 17 de abril, quando entrou em vigor a resolução 01/2020, que estabelece medidas para serem colocadas em prática pelos estabelecimentos comerciais e de serviço em atividade, os fiscais da Secretaria Municipal do Urbanismo realizaram 263 fiscalizações. Foram ações diurnas e noturnas, em diferentes bairros, que resultaram em 229 notificações sobre questões relacionadas à covid-19 e 112 notificações por irregularidades apresentadas nos alvarás.Os fiscais também aplicaram ações de embargo em 26 estabelecimentos que acabaram tendo as atividades encerradas no ato da fiscalização “Nossas equipes estão constantemente nas ruas, vistoriando os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços para coibir excessos e garantir que comércios em funcionamento obedeçam rigorosamente às medidas de postura sanitária para o enfrentamento da pandemia”, diz o secretário municipal do Urbanismo, Júlio Mazza. Somente na primeira semana de junho foram realizadas 47 vistorias, dia e noite. Neste período foram aplicadas 40 notificações referentes à resolução 01/2020 e 19 por inadequações nos alvarás.

Bares no Hauer, Cristo Rei e duas tabacarias, uma Sítio Cercado e outra no Tatuquara, foram embargados e tiveram as atividades imediatamente suspensas nas ações realizadas entre os dias 1 a 6 de junho.

Para Sindiabrar, aglomerações são pontuais

O Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (Sindiabrabar) publicou uma nota de repúdio ao ocorrido neste fim de semana. A nota começa informando que o comportamento favorável a aglomeração ocorreu de forma pontual “em uma infíma minoria dos membros de sua categoria econômica da gastronomia,e que em prática imprudente, quebrou as regras cuidadosamente elaboradas pela Prefeitura de Curitiba e sua Secretaria da Saúde para o gradual retorno de funcionamento de espaços gastronômicos compartilhados, acordo este que, frise-se vem diligentemente sendo observado pela esmagadora maioria das empresas pertencentes ao nosso setor e cujas orientações vêm sendo vigorosamente reforçadas por estes entes da categoria a seus associados.” Em nota, o sindicato reitera que “merece registro também a necessidade de conscientização do próprio público, vez que a consecução das medidas preventivas é via de mão dupla e sua implementação seria verdadeiramente impossível sem a cooperação dos frequentadores destes estabelecimentos.”

O lockdown é o protocolo máximo de segurança utilizado e, quando decretado, impõe a necessidade do fechamento de todas as atividades não essenciais. Geralmente, no caso do coronavírus, a estratégia é definida por 14 dias para interromper e diminuir a proliferação da doença. O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, não descarta o lockdown regional dependendo do avanço da doença.