O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, mudou o semblante e o tom da sua fala quando foi perguntado sobre a oposição dos Estados Unidos à implantação no País da tecnologia 5G pela empresa chinesa Huawei. Yang vinha numa toada de otimismo na sua exposição sobre a retomada do crescimento chinês e de sua visão do amplo espaço para ampliação das transações comerciais entre o Brasil e seu país, mas mudou a entonação da voz ao ser chamado a discorrer sobre a polêmica com os EUA.

“Os EUA falam em desglobalização, em dissociação com a China, mas somos a favor da associação dos países”, afirmou o embaixador.

Ele disse que a Huawei já assinou contratos com mais de 50 países e que sua tecnologia já atende mais de 1,2 bilhão de pessoas no mundo com segurança e que seus equipamentos não oferecem falhas como os EUA querem fazer acreditar.

“Os EUA acusam falhas nos equipamentos da China de tecnologia 5G, mas não apresentam provas”, comentou ele, emendando que a politização pela Casa Branca de questões tecnológicas visam a cercear as empresas chinesas no campo da tecnologia. “Os EUA não querem deixar as empresas chinesas alcançarem o desenvolvimento na área da tecnologia. Nosso problema não é só com a Huwei, é com todas as companhias chinesas. Nós respeitamos as políticas e decisões americanas, mas eles não nos respeitam. Queremos uma relação comercial com equidade e sem parcialidade”, reclamou o embaixador chinês.

Yang refutou declarações de autoridades e empresários norte-americanas, segundo as quais a China quer influenciar a educação dos alunos nos países onde sua tecnologia 5G entrar. “A Huawei não vai forçar o uso de suas tecnologias nas escolas”, disse.