SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Partidos eurocéticos deverão conquistar pelo menos um terço das cadeiras no Parlamento Europeu nas eleições de maio, de acordo com um levantamento divulgado nesta segunda-feira (11).
O estudo, elaborado pelo think-tank Conselho Europeu de Relações Exteriores, afirma que esta será a eleição parlamentar mais importante da história da União Europeia.
Partidos eurocéticos não têm uma única ideologia, podendo ser de esquerda ou direita, mas compartilham o desdém pelas instituições da UE. Atualmente, estas agremiações controlam 23% das cadeiras no Parlamento Europeu.
Caso passem a ocupar mais de 33,3% dos assentos, os eurocéticos poderão atuar em conjunto para bloquear resoluções parlamentares em áreas estratégicas como política externa, comércio e defesa.
Além disso, poderão impor limites à capacidade da UE de preservar valores europeus a respeito da liberdade de expressão, do Estado de direito e das liberdades civis, diz o estudo.
O Parlamento Europeu tem 751 cadeiras, representando mais de 510 milhões de pessoas nos 28 países membros da UE. O número de assentos será reduzido para 705 após a conclusão do brexit a saída britânica da UE está agendada para 29 de março, antes, portanto, da votação regional.
AVANÇO DA DIREITA
Segundo o estudo, os partidos eurocéticos que deverão conquistar mais assentos incluem a xenófoba Liga (que deve ir de 6 para 29 cadeiras) e os populistas do Movimento 5 Estrelas (que tem 14 assentos e pode chegar a 24) juntas, as duas agremiações formam o governo da Itália.
Além disso, devem ganhar espaço a legenda ultranacionalista francesa União Nacional, liderada por Marine Le Pen (tem 15 cadeiras e deve ir a 22), bem como a Alternativa Para a Alemanha (que tem 7 assentos e pode alcançar 13).
Pela esquerda, têm destaque a França Insubmissa (que deverá ir de 1 assento para 10) e a legenda espanhola Podemos (que pode ir de 5 cadeiras para 10).
Enquanto isso, agremiações tradicionais de centro direita e centro esquerda deverão ver sua presença no Parlamento Europeu ser reduzida. Ainda assim, estima-se que continuarão sendo as principais forças no órgão legislativo.