SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quando o técnico Luiz Felipe Scolari voltou para o Palmeiras em 2018, muitos estranharam a ausência do auxiliar Flávio Teixeira, o Murtosa, que trabalhava com o treinador desde 1983.


Quem apareceu para comandar o time ao lado do treinador foi Paulo César Turra, 45, que substituiu o antigo auxiliar, afastado para resolver problemas pessoais.


Ex-zagueiro com passagem por Botafogo, Grêmio e Palmeiras, entre outros, Turra começou a parceria com Felipão em 2015, quando o técnico foi trabalhar no Guangzhou Evergrande, da China.


Antes, o gaúcho de Tuparendi, cidade de apenas 8.500 habitantes no interior do Rio Grande do Sul, havia trabalhado como treinador apenas em clubes de menor expressão no cenário nacional e participado de estágios com técnicos de equipes das principais divisões do futebol brasileiro, como Silas, no Avaí; Muricy Ramalho, no Fluminense; e Tite, no Corinthians.


Juntos, Felipão e Turra foram tricampeões nacionais e venceram também a Liga dos Campeões da Ásia. Em poucos meses de trabalho no Palmeiras, o jovem auxiliar técnico já colocou no currículo mais um título: o brasileiro.


Apesar de a última palavra sempre ser do treinador palmeirense, o auxiliar tem liberdade para sugerir atividades de treino e muitas vezes comandá-las no Palmeiras.


No decorrer dos trabalhos da comissão técnica, que teve início em agosto do ano passado, Turra vem se destacando em suas tarefas, principalmente por ser uma mente jovem que sabe lidar com o recheado elenco palmeirense.


“O Paulo [Turra] é um cara de pensamento moderno, do futebol atual, dinâmico. Ele tem um lado europeu, de fazer uma marcação forte, transição ofensiva rápida, que utiliza também do jogo direto. Prioriza a posse de bola e encurta espaços”, conta Marcelo Caranhato, 41, ex-treinador do Cianorte, que trabalhou como auxiliar de Turra no Caxias (2015) e no Brusque (2011). Os dois também jogaram juntos no Novo Hamburgo.


Para Caranhato, o sucesso da parceria no Palmeiras é resultado de os dois terem estilos complementares. Segundo ele, Felipão é “determinado” e um “estudioso do futebol”, enquanto Turra tem o mérito de ser um “grande especialista” em gestão de grupo.