SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente colombiano Andrés Pastrana e o ex-presidente boliviano Jorge Quiroga disseram ter sido proibidos de entrar em Cuba nesta quarta-feira (7).
Os dois haviam viajado para receber o prêmio “Oswaldo Payá, Libertad y Vida”, concedido pela Rede Latino-americana de Jovens pela Democracia, chefiada por Rosa María Payá, filha de Oswaldo, um líder opositor que morreu em um acidente de trânsito em 2012.
Os ex-líderes conservadores disseram que foram detidos no aeroporto de Havana assim que chegaram ao país para receber a homenagem em nome da Idea (Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas), um fórum de 37 ex-presidentes e chefes de Estado.
“A ditadura cubana nos deportou da ilha hoje por defendermos os princípios democráticos da região”, escreveu Pastrana em rede social. Ele também publicou uma foto dele e de Quiroga a bordo de um avião fazendo um “L” com os dedos para expressar a palavra “liberdade”.
Pastrana afirmou que acredita ter sido barrado devido às suas críticas à crise política e econômica que afeta a Venezuela e contra o presidente Nicolás Maduro, importante aliado de Cuba. 
O Ministério das Relações Exteriores cubano não quis comentar o incidente, mas o jornal Granma, do Partido Comunista, acusou a Idea, em um editorial publicado na quarta-feira (7) com o título “Prêmios, provocações e ideias fracassadas”, de tentar sabotar “projetos progressistas” em toda América Latina.
“Como em 2017, a entrega do prêmio é acompanhada de um plano para realizar uma provocação na capital cubana nesta semana, criar instabilidade e prejudicar a imagem internacional do país”, escreveu o Granma.
A chancelaria colombiana disse em um comunicado que contatou o governo cubano a respeito do incidente, e que foi informada pela embaixada cubana na Colômbia que Pastrana foi alertado na terça-feira  (6) de que não seria recebido na ilha por causa de seu plano de comparecer ao evento de reconhecimento à Idea.