O governo Jair Bolsonaro alterou a composição do Ministério da Defesa, dando mais protagonismo ao Exército na cúpula do órgão, em detrimento da Marinha e da Aeronáutica. Pela primeira vez na história há um desequilíbrio no topo da estrutura tríplice da pasta, que na semana passada completou 22 anos. Nos principais cargos não há mais nenhum almirante ou brigadeiro.

Em jogo está a influência sobre o destino de verbas para o setor militar, que neste ano somaram R$ 103 bilhões, conforme dados atuais do Painel do Orçamento Federal. Com a atual composição, o Exército passará a exercer o poder de influenciar também revisões no andamento dos projetos estratégicos das três forças.
Criada em 1999 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, numa fusão dos antigos ministérios do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a Defesa ficou, a princípio, sob a chefia de um ministro civil. Um acordo tácito entre militares e autoridades do governo garantiu o poder não-militar na área.