SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A partida entre o EC Pinheiros e o atual campeão Dentil/Praia Clube nesta terça-feira (13), às 21h30 (de Brasília), dará início à 25ª edição da Superliga feminina, com 12 clubes, que promete ser uma das mais disputadas competições dos últimos anos.

Diferentemente das edições anteriores, em que o Sesc-RJ despontava como o grande candidato ao título, nesta temporada 2018/19 a equipe de Bernardinho deverá dividir o favoritismo com outros times, principalmente a equipe do Triângulo Mineiro, que faturou o troféu inédito no ano passado, quebrando a histórica supremacia carioca.

Em busca do possível bicampeonato, o time de Paulo Coco, vencedor da Supercopa pela primeira vez, manteve a base com peças fundamentais, como a ponteira Fernanda Garay, a central Fabiana e a oposta norte-americana Nicole Fawcett.

Além disso, com o maior orçamento entre os clubes da Superliga feminina, fechou com a experiente levantadora Carli Lloyd, titular da seleção norte-americana, que passou pelo Hinode Barueri na temporada passada.

Medalhista de bronze com os EUA na Rio 2016 e campeã da primeira edição da Liga das Nações neste ano, a recém-chegada Lloyd tem lastro para crescer muito na competição, se tornando a grande “regente” da equipe de Uberlândia no momento em que tiver mais entrosamento com as companheiras.

Vale destacar, ainda, a chegada da central Carol, que estava atuando no Nilüfer, da Turquia, para o lugar da campeã olímpica Walewska, que se transferiu para o Vôlei Osasco Audax, e da ponteira Rosamaria, que necessita se firmar como jogadora nesta temporada, aperfeiçoando o seu passe e o seu ataque.

Pretendendo reconquistar a hegemonia perdida, o Sesc-RJ também aparece como concorrente ao título. Vice-campeão nacional, o Rio de Janeiro, que disputará a final do Campeonato Carioca contra o Fluminense nesta segunda-feira (12), aposta na força do conjunto e na organização tática, características dos times de Bernardinho, para fazer a diferença na Superliga.

A equipe ainda tem como armas o poderio de ataque da versátil dominicana Yonkaira Peña, da jovem ponteira Drussyla, que também precisa evoluir, sobretudo na recepção, o potencial da levantadora Roberta, o vigor da central Juciely e a técnica da experiente oposta Monique.

O Sesc-RJ anunciou duas contratações: da central Bia, ex-Osasco, e da experimentada ponteira russa Tatyana Kosheleva, grande novidade do grupo na temporada, que chega ao Brasil após um breve período atuando pelo turco Galatasaray.

É preciso observar, contudo, em que condições a jogadora russa poderá jogar no time carioca, já que ela ainda recupera sua melhor forma física após permanecer cinco meses sem atuar por causa de uma ruptura nos ligamentos do joelho esquerdo.

Também do estado de Minas Gerais chega outra grande força da competição. Bicampeão consecutivo do Campeonato Mineiro, o Minas Tênis Clube, do técnico italiano Stefano Lavarini, tem em seu plantel peças capazes de levar a equipe a conquistar o título nacional.

Um dos mais tradicionais clubes do vôlei brasileiro, o time de Belo Horizonte retorna ao grupo dos favoritos após investimento pesado na contratação das ponteiras Gabi, que estava no Rio de Janeiro e Natália, vinda do Fenerbahçe, da Turquia. Titulares de peso da seleção brasileira, elas devem se destacar no ataque minastenista.

Outro bom reforço foi a oposta Bruna Honório, ex-Pinheiros, que terá a oportunidade de atuar como titular em um clube com grande orçamento, podendo se consolidar na competição como uma das grandes atacantes do país na saída de rede. Além disso, o Minas manteve em seu elenco jogadoras importantes, como a central Carol Gattaz, a líbero Leia e a levantadora Macris.

Apesar de não figurar entre os grandes favoritos, o tradicional Osasco Audax, do técnico Luizomar de Moura, conta com a força da camisa e de alguns reforços que, se estiverem bem fisicamente, poderão fazer frente aos candidatos ao ouro da competição.

Entre eles, a grande oposta norte-americana Destinee Hooker, que retorna ao clube onde foi campeã da Superliga na edição 2011/2012, e a ponteira bicampeã olímpica Paula Pequeno, que está de volta à equipe que a projetou depois de dez anos. Após defender o Sesi Bauru na temporada passada e sofrer com lesões, Paula vem se recuperando e chega para colaborar no ataque e também no passe, já que a titular Angela Leyva costuma apresentar dificuldades no fundamento.

Derrotada pelo Sesi Bauru na final do Paulista e pelo Praia Clube na Supercopa, a equipe não iniciou bem a temporada, mas precisa, assim como os demais times, de tempo para obter ritmo de jogo e alcançar o melhor entrosamento da recém-contratada levantadora Claudinha com suas atacantes. Outras peças que permaneceram no clube osasquense foram a jovem oposta Lorenne, a ótima líbero Camila Brait e a ponteira Mari Paraíba.

O Sesi Bauru, que quebrou uma sequência de seis títulos de Osasco no Paulista, é uma equipe que, em plena ascensão, promete incomodar bastante os favoritos ao ouro. Após desbancar o rival no Estadual, o grupo liderado pelo promissor técnico Anderson Rodrigues foi colocado em outro patamar para a disputa do torneio nacional.

Além de ter preservado peças basilares na engrenagem ofensiva, como a ponteira cubana Yoana Palacio e a oposta Tiffany, que foi utilizada por Anderson na entrada de rede durante a final do Paulista, o time conta agora com a eficiência e a experiência da levantadora Fabíola e a força da oposta italiana Valentina Diouf, recém-contratadas.

Com Tiffany e Diouf atuando juntas pelo Sesi, o grupo poderá ganhar em potência de ataque, já que será muito difícil para qualquer adversário conseguir anulá-las, mas poderá perder na recepção caso Tiffany continue a demonstrar dificuldade no passe.

Correndo por fora, o Hinode Barueri, de José Roberto Guimarães, também não surge como favorito nesta temporada 2018/2019, mas apresenta potencial suficiente para complicar a vida dos times de maior investimento. Além da oposta polonesa Katarzyna Skowronska, que fará sua segunda temporada na equipe, o time conservou em seu plantel a central Thaisa, que reconheceu estar definitivamente retornando agora às quadras.

É importante mencionar, ainda, a chegada da levantadora campeã olímpica Dani Lins, da ponteira Amanda, que atuou pelo Praia Clube na temporada passada, da central Milka, ex-Pinheiros, e da levantadora reserva Juma, campeã mundial com a seleção brasileira sub-23, em 2015, e MVP do campeonato. Juma estava na equipe bauruense.

Com orçamento inferior aos demais clubes da Superliga, Fluminense, Pinheiros, São Cristóvão Saúde/São Caetano, BRB/Brasília Vôlei, Curitiba Vôlei e Vôlei Balneário disputarão a competição buscando apenas alcançar um bom resultado.

Repatriada após seis temporadas no exterior, a experiente oposta Joicynha será um bom reforço do Fluminense.

O Pinheiros investiu na contratação da jovem Kelsie Payne, destaque da Liga Universitária dos Estados Unidos, para substituir Bruna Honório, e da experiente ponteira cubana Yusleyni Herrera.

Já do Brasília vale mencionar a central Mimi Sosa, além da também argentina Julieta Lazcano, que atuará no Curitiba Vôlei, campeão da Superliga B.

O Vôlei Balneário, vice-campeão da liga B, por outro lado, investe em um elenco repleto de jovens talentos oriundos das categorias de base, almejando realizar um trabalho de longo prazo com as atletas.