SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A assistente social Suzana da Silva, 34, mora no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, e diariamente enfrenta uma jornada de dois ônibus, metrô e trem para chegar no trabalho em Osasco, na Grande São Paulo. Nesta terça-feira (25), contudo, a situação foi mais complicada.


Às 7h30 chegou à estação Capão Redondo e não sabia que a linha 5-lilás do metrô não funcionava entre esse trecho e a estação Giovanni Gronchi. “Não tinha como tentar outro caminho para ir para Osasco”, contou.


Esperou por dez minutos para pegar um ônibus pelo Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), serviço disponibilizado pela prefeitura de São Paulo.


“Só consegui entrar porque parou na minha frente e a multidão me empurrou para dentro do ônibus”, contou.


O trecho entre Capão e Santo Amaro geralmente é feito em dez minutos de metrô, ela conta. De ônibus, demorou mais de uma hora por causa do trânsito.


A Ponte João Dias ficou totalmente parada às 9h15. Ela é o principal acesso para quem deixa essa região e vai para a Marginal Pinheiros e a avenida Santo Amaro, com destino ao centro.


Suzana chegou ao trabalho às 10h, uma hora depois do que previa. A situação foi semelhante à de milhares de passageiros que vêm de bairros das periferias como o Campo Limpo e o Capão.


A linha 5-lilás tem circulação média de 463 mil passageiros, número que cresceu após a abertura de novas estações que interligam a região à linha 1-azul.


A Viamobilidade afirma que “ocorreu a queda de cabos da rede aérea (aproximadamente 1 Km), o que impede a alimentação elétrica para a circulação de trens no trecho entre as estações Capão Redondo e Santo Amaro”.


Outra moradora que trabalha na Grande São Paulo é Lucia Souza, 43, auxiliar de limpeza. Sai do Capão diariamente para ir para Diadema. Nunca tinha pegado o ônibus para fazer o trajeto. “Estou totalmente perdida nesse caminho”.


Ela pegou a linha 6451/10 terminal Bandeira e foi até o Shopping Morumbi. De lá precisou ir até a avenida Berrini e seguir o trajeto para Diadema, no ABC, em outro ônibus.


Por outro lado, a recepcionista Taiara Dalpino, 35, conseguiu escapar do problema. Ela vive perto da estação Vila das Belezas, aonde vai a pé, e trabalha no Morumbi. Viu na TV o problema e recorreu ao marido. “Ele me levou de carro, saímos antes e consegui chegar bem.”


Ainda não há previsão para o restabelecimento normalidade da linha. Entre Santo Amaro e Chácara Klabin, os trens circulam normalmente.