O tenista espanhol Rafael Nadal revelou que sua decisão de voltar ao Conselho dos Jogadores da ATP foi tomada em conjunto com o suíço Roger Federer, seu amigo e maior rival. O retorno da dupla ao órgão representativo dos tenistas foi anunciado nesta quinta-feira.

Horas depois, em sua entrevista coletiva no Masters 1000 de Montreal, Nadal afirmou que ele e Federer conversaram bastante sobre o assunto antes de decidirem pelo retorno. Os dois e mais o austríaco Jürgen Melzer vão substituir o holandês Robin Haase, o britânico Jamie Murray e o ucraniano Sergiy Stakhovsky, que renunciaram aos seus cargos por divergências com o sérvio Novak Djokovic, atual presidente do Conselho dos Jogadores.

“Decidimos voltar juntos. Se estamos lá de novo é porque conversamos sobre o assunto antes, claro. Eu não estarei sozinho e ele não estará sozinho. Acho que, juntos, poderemos ter uma boa força lá dentro, uma boa ajuda para o esporte, se possível, para melhor”, disse Nadal, após vencer o argentino Guido Pella e avançar às quartas de final.

Nos últimos meses, o Conselho dos Jogadores foi alvo de seguidas polêmicas, principalmente em relação ao seu posicionamento diante da decisão de remover Chris Kermode do cargo de presidente da ATP ao fim deste ano. Nadal e Federer, além de outros tenistas do Top 20 do ranking, se manifestaram publicamente contra a saída de Kermode.

Também causou desgaste, principalmente entre Djokovic e outros membros do Conselho, a saída de Justin Gimelstob. O norte-americano, que era um dos três representantes dos jogadores no Board da ATP, foi condenado pela Justiça dos EUA por agressão. Sua saída era pedido por tenistas antes mesmo da condenação. O sérvio foi um dos poucos que defendeu o ex-jogador.

“No último ano, tivemos alguns altos e baixos em muitos assuntos”, disse Nadal, sem especificar suas maiores preocupações no órgão. “Das últimas vezes, tivemos alguns momentos difíceis em termos de discussões. Muitas coisas importantes foram feitas. Preciso me informar melhor e tentar ter maior conhecimento sobre todos os assuntos. Provavelmente poderei dar uma perspectiva diferente sobre como o esporte pode ser ou sobre as coisas que poderemos acrescentar.”

A entrada de Nadal e Federer deve desequilibrar as forças políticas dentro do Conselho, que conta com 12 integrantes. Também fazem parte do grupo: o sul-africano Kevin Anderson, vice-presidente, os norte-americanos John Isner e Sam Querrey, o sul-coreano Yen-Hsun Lu, o canadense Vasek Pospisil, o britânico Colin Dowdeswell e o brasileiro Bruno Soares.

Ao ser questionado sobre algum possível incentivo de Djokovic para os retornos de Nadal e Federer, o espanhol desconversou. “Novak já está faz algum tempo. Nós já estivemos lá antes. Acho que, durante toda a nossa carreira, eu e Roger sempre nos importamos bastante com o futuro do nosso esporte. Há muitas coisas acontecendo agora. E queremos fazer parte disso.”