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Os números da Covid permanecem em alta em todo Brasil. Alguns países fecharam fronteiras devido a descoberta de nova variante da doença, mudando planos de muitas famílias. Mas mesmo aquelas que não pretendiam viajar para o exterior no verão, se depararam em casa com uma situação até então não vivida: preocupação com a doença, filhos em casa exaustos da pandemia, férias escolares, e o trabalho remoto.

Vivemos uma nova realidade, e tempos de incertezas mesmo com a chegada da vacina. Até o início as aulas, provavelmente de forma híbrida, os pais precisam ajudar os filhos a entender e a superar essa fase. Para a psicóloga clínica, Luciana Deutscher que trabalha na linha da Psicologia Positiva, a melhor saída ainda é a boa conversa com as crianças. “Conversar com os filhos, explicando numa linguagem acessível o que estamos passando, os cuidados que precisamos ter e principalmente o porquê necessitamos ficar em casa e nos resguardamos é essencial”, avalia. As crianças já passaram por praticamente todo o ano de 2020 com aulas online, possuem um entendimento a respeito do momento internacional vivido, é hora de reforçar esse entendimento, afinal de contas, as crianças serão os dirigentes do amanhã. “As férias de hoje estão diferentes, mas nem por isso, precisarão ser chatas e sem criatividade”, ressalta Luciana.

Uma das saídas para agitar as férias das crianças e os pais conseguirem realizar suas atividades é realizar um calendário de atividades para as férias, “junto com os filhos, montar uma agenda com o que elas podem fazer sozinhas enquanto os pais trabalham e atividades conjuntas a serem realizadas nos dias de folga”, exemplifica Luciana. Segundo a psicóloga, é muito importante nesse período de férias em casa, que exista uma flexibilização da rotina das crianças para que esse período se diferencie do resto do ano, com as aulas online. “Horário para dormir e acordar, alimentação menos restritiva, liberação de jogos online são pequenos exemplos”, explica.

Diversas atividades podem ser realizadas em casa e ainda aproximar a convivência saudável entre pais e filhos. “Um dia para assistir filmes com pipoca, ou uma data para uma gincana são atividades que, além de divertir, podem aprimorar a relação entre pais e filhos ou mesmo possibilitar que a criança realize de forma autônoma”, esclarece Luciana. No entanto, segundo ela, é primordial que as crianças participem opinando o que elas gostariam de fazer nessas férias em casa de acordo com as possibilidades e a realidade de cada família. “O diálogo é essencial! Conversar e chegar a um acordo do que é possível fazer nessa nova realidade. É preciso que os adultos ouçam as crianças e que compartilhem com elas como para eles também está sendo difícil e chato ficar só em casa, mas, o quanto isso é importante para o bem estar de todos aproveitando assim a chance de ensiná-los a necessidade de pensarmos na coletividade”, pontua.

“A pandemia não está sendo fácil para ninguém. Foram muitas as adaptações sofridas por todos, que mudaram completamente o ritmo das casas”, avalia Luciana. E nas férias escolares, não é diferente. “Os adultos devem tentar adaptar suas rotinas durante as férias escolares dos filhos, deixando algum tempo livre para as atividades familiares”, completa. Mesmo com a vacina, esse novo modo de vida ainda perdurará por algum tempo por isso é necessário cuidarmos da nossa saúde mental e da das crianças e aproveitar a oportunidade para ensiná-las e orientá-las sobre essas novas medidas e cuidados que continuarão presentes em suas vidas! “Vale lembrar que todo sacrifício se faz necessário para as duas partes, filhos e pais”, finaliza.