O Comitê de Futebol da Fifa apresentou propostas para o mercado da bola. Dentre as principais mudanças estão o limite de empréstimos de jogadores entre clubes de países diferentes e novas determinações para a compensação financeira das equipes formadoras no momento das transferências. As novas regras precisam ser aprovadas pelo Conselho da Fifa para passarem a vigorar.

A ideia é que a partir da temporada 2020/2021, no calendário da Europa, os clubes possam fazer apenas oito empréstimos internacionais envolvendo atletas com mais de 22 anos, diminuindo essa quantidade para seis a partir da 2022/2023. Também fica limitado para três o número de jogadores cedidos para uma mesma agremiação.

Como não existe qualquer limitação atualmente, algumas situações “estranhas” acontecem no mercado. Um exemplo é a italiana Atalanta, que hoje conta com quatro jogadores emprestados em seu elenco e 55 cedidos para outras equipes. O Chelsea é outro clube que costuma “garimpar” jogadores pelo mundo e depois emprestá-los. Atualmente, os londrinos contam com 14 atletas acima de 22 anos emprestados, dentre eles os brasileiros Nathan (no Atlético-MG), Lucas Piazon (no Rio Ave, de Portugal) e Kenedy (Getafe).

A falta de regras nesse sentido, segundo a Fifa, desestimula os times na formação de atletas, sendo mais fácil para quem tem mais recursos comprar alguém que se destaca em um time menor do que desenvolver suas próprias estrelas. Outro problema acontece com “clubes de aluguel”, que têm vários jogadores sob contrato, mas que nunca defenderam suas cores. O Club Deportivo Maldonado, da segunda divisão do Uruguai, é um exemplo. Tiveram vínculos pelo modesto clube os jogadores Alex Sandro (Juventus), Calleri (Espanyol), Willian José (Real Sociedad).

“Haverá um período de transição, com um limite de oito empréstimos internacionais (entradas e saídas) para a época de 2020/21, descendo para seis na temporada de 2022/23, com um máximo de três entradas e três saídas em empréstimos entre os mesmos clubes”, explicou a Fifa em comunicado.

REPASSE PARA FORMADORES – Outra decisão tomada pelo Comitê de Futebol, o órgão consultivo que reúne Fifa, clubes, ligas, jogadores, federações e confederações, foi a criação de um fundo que será responsável por financiar parcialmente os porcentuais dos times formadores nas transferências. Os recursos desse novo sistema, chamado de “compensação de formação”, vão sair de uma taxa de 1% adicionada a todas as negociações.

“Este sistema modernizado vai encorajar e compensar os esforços de formação dos clubes, e os pagamentos vão ser automatizados através da nova central de pagamentos da Fifa, garantindo que as compensações são realmente pagas, algo que atualmente não acontece”, reforça a entidade que comanda o futebol mundial.

Segundo a Fifa, vários dos grandes jogadores do futebol atual foram descobertos por clubes modestos da América do Sul e da África e esses times acabam não recebendo nada quando suas descobertas movimentam milhões de dólares no futuro.