SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A fila de venezuelanos por comida não para de crescer em Boa Vista, capital de Roraima. Nesta quinta (20), cerca de 500 migrantes aguardavam para tomar um café da manhã oferecido na sede de um grupo de missionárias católicas. A fila chegou a dobrar o quarteirão.

Desde junho, as Irmãs Missionárias da Consolata oferecem diariamente refeições aos estrangeiros que estão em Boa Vista.

Por causa da proximidade com o país vizinho, Roraima já recebeu 130 mil venezuelanos, que fogem da crise humanitária, econômica e política.

Alguns aguardaram na fila por quase duas horas após caminhar por mais de meia hora para tomar a refeição, que conta com um pão e um copo de suco.

De noite, outros grupos de voluntários oferecem sopa para os venezuelanos na capital de Roraima. 

O Estado conta com dez abrigos oficiais (nove na capital e um em Pacaraima, município que faz fronteira com o país vizinho) para receber os refugiados. Lá, cerca de 5.000 pessoas recebem café, almoço e jantar.

Mesmo assim, a estrutura não consegue comportar todos os venezuelanos. Muitos improvisam moradias em prédios públicos abandonados ou nas ruas da cidade, que tem uma população de cerca de 300 mil pessoas.

De acordo com o governo federal, 46 mil venezuelanos pediram refúgio em Roraima desde 2015 até agosto deste ano. 

Nesta quinta, 30 refugiados foram transferidos pelas Forças Armadas para Pernambuco e Paraíba no chamado “processo de interiorização”, que faz parte parte do plano do governo federal para desafogar Roraima.

Segundo o Exército, 2.000 venezuelanos já terão deixado o Estado até o final deste mês pelo programa, que é voluntário.