Com o avanço da tecnologia, os pais precisam estar aptos para orientar os filhos a participarem de um mundo que requer uma visão global. A psicopedagoga especializada em Educação Sharon Thomas, brasileira radicada em Nova York, entende que as crianças e adolescentes se sentem mais seguros quando os adultos monitoram o uso da tecnologia. “A responsabilidade deste monitoramento é coletiva e inclui educadores, pais e todos os que têm alguma influência na formação do jovem”, destaca a especialista. “Monitorar é colocar limites a partir do entendimento sobre quais são os programas que esse jovem utiliza e sempre num contexto de conversa franca e aberta sobre os benefícios e os danos vinculados à tecnologia”, completa.
Para Sharon, é muito importante tratar o jovem como um ser inteligente, mas ainda em desenvolvimento. 
Pesquisas mostram que o lado pré-frontal do cérebro, responsável por nove áreas que incluem autorregulação, gestão do tempo, organização, planejamento, execução de atividades, memória de trabalho, iniciação de tarefas, inibição de impulso e atenção sustentada, leva de 25 a 32 anos para atingir o amadurecimento. 
“O diálogo com jovens sobre o desenvolvimento cerebral tende a ser fascinante”, afirma Sharon. “Temos mais chances em ajudá-los por meio da informação e da conversação do que pela simples e pura proibição”, acrescenta. 
Embora ainda não se saiba exatamente como as horas gastas em frente às telas de um computador ou de um smartphone alteram a estrutura cerebral, é certo que mudanças estão acontecendo e continuarão a acontecer. Essa interferência tem que ser vista e entendida com seriedade. 
Como destaca Sharon, “A tela hoje disputa espaço com o tempo social que os jovens reservavam para brincadeiras na hora do recreio, ou com irmãos, amigos, primos etc. A tela é a nova chupeta, a nova babá, sem os benefícios do contato humano que nos fortalece como pessoas. 
A tecnologia pode trazer um falso sentido de conexão, que pode ser bastante danoso para jovens que, logo à frente, descobrirão que não possuem amigos ou vínculos verdadeiros”, explica. “Além do mais, temos enfrentado as dificuldades geradas pelo bullying virtual, onde se vê a agressão entre indivíduos que nem sempre entendem como suas palavras e/ou imagens atingem o outro”, ressalta.
Essa é uma discussão relativamente nova, que está apenas começando. Para Sharon Thomas, “é preciso discutir como as escolas usam a tecnologia. Não se trata de simplesmente aceitá-la apenas como algo sofisticado e que chegou para agregar valor. 
Precisamos aprofundar a conversa no sentido de entendermos como os nossos filhos e essa geração estão se beneficiando, para que tenhamos a segurança de saber que a tecnologia não está substituindo um tempo importante dentro ou fora da sala de aula”, conclui. 


Responsabilidade na web

Responsabilidade pelas nossas ações na internet

  • Antes de seguir uma página, é importante pesquisar sobre ela, pois há consequências para cada ação. As postagens nas mídias sociais se espalham rapidamente, principalmente pelas contas falsas que costumam abusar da integridade das pessoas.

Contas falsas para o mal

  • Há milhares de contas que são feitas apenas para difamar, caluniar, divulgar imagens indevidamente e ameaçar as pessoas, que infelizmente passam pelo cyberbullying. Usuários emocionalmente frágeis são o alvo principal desses tipos de abusos.
  • Cyber-sexismo/ assédio sexual também é um grande problema hoje em dia. Uma foto com shorts curtos ou uma blusa sem mangas na foto, certamente terá centenas de curtidas em apenas uma hora.
  • Algumas pessoas podem involuntariamente fazer uma piada sobre o quanto é sexy e/ou compartilhar a fotografia com assédio sexual não intencional na seção de comentários. Mas o assédio sexual, sendo intencional ou não, ainda é considerado assédio. 

Cuidado com seu robô do Instagram

  • Muitos já embarcaram na onda de automação do Instagram para curtir e seguir pessoas do mesmo nicho, para que uma parcela destas volte para seguir sua conta. Mas o robô pode curtir fotos ilegais, de pornografia infantil, venda de drogas, difamação, calúnia, chantagem e outros crimes. 

Rede social com responsabilidade

  • Ter uma mídia social neste século é realmente fascinante. Mas antes de postar, é importante avaliar os pensamentos. É preciso ter clareza sobre a necessidade de que quem posta qualquer tipo de argumento é responsável por ele e suas consequências 
  • Para ser respeitado, respeite os outros. Respeite todos, mesmo que eles não respeitem você, e o resto será seguido.

Fonte: Silicon Minds