Quando concorreu ao Oscar de 1985, o filme A Cor Púrpura, de Steven Spielberg, prometia fazer história – e fez, mas de forma negativa. Afinal, concorreu em 11 categorias e não levou nenhuma estatueta. Uma injustiça.

O longa se baseia no livro de Alice Walker, um depoimento duro e comovente sobre a condição feminina entre os negros da Geórgia, na primeira metade do século passado. Spielberg e o roteirista Menno Meyjes transformaram o enredo original – uma série de cartas que a protagonista, Celie, escreve para a irmã e para Deus – em uma narrativa linear, permeada de elipses, algumas brilhantes.

No papel da protagonista, Whoopi Goldberg alcançou o estrelato justamente pela veracidade de sua interpretação. Como Celie, ela cresce na dor e na resignação, construindo lentamente sua identidade para um dia ganhar coragem e afirmar-se como indivíduo. E o sorriso de Whoopi dissolve qualquer dor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.